Nesta quinta-feira (15), o Walmart divulgou mais um trimestre sólido, impulsionado pelos ganhos de vendas nos Estados Unidos, mas alertou sobre preços mais altos e a incerteza contínua em relação às tarifas do presidente Donald Trump.
“Faremos o possível para manter nossos preços o mais baixo possível, mas, dada a magnitude das tarifas, mesmo com os níveis reduzidos, não conseguiremos absorver toda a pressão”, disse o presidente-executivo, Doug McMillon, em uma teleconferência com analistas.
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Os executivos do Walmart comemoraram a redução da guerra comercial entre EUA e China, anunciada no início desta semana, mas disseram que as taxas sobre a China continuam muito altas. As tarifas têm um impacto particularmente forte em itens como eletrônicos e brinquedos.
Além disso, McMillon sinalizou tarifas sobre países como Costa Rica, Peru e Colômbia para itens como bananas, abacates, café e rosas.
“Faremos o possível para controlar o que pudermos para manter os preços dos alimentos o mais baixo possível”, disse McMillon.
Os comentários foram feitos após o Walmart reportar lucros de US$ 4,5 bilhões, queda de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado, mas superando as expectativas dos analistas. A receita aumentou 2,5%, para US$ 165,6 bilhões.
A gigante do varejo registrou um aumento de 4,5% nas vendas comparáveis do primeiro trimestre nas lojas do Walmart nos EUA, impulsionando outro desempenho robusto no setor de alimentos.
McMillon afirmou que a escala do Walmart permite que ele absorva tarifas sobre alguns itens sem as repassar aos consumidores. Em alguns casos, os fornecedores migraram para materiais isentos de tarifas, como fibra de vidro, em vez de alumínio, que tem tarifa.
Além da China, o Walmart importa fortemente para os Estados Unidos do México, Vietnã, Índia e Canadá. O governo Trump está em vários estágios de negociação após o anúncio abrangente do presidente em 2 de abril, que afetou todos os parceiros comerciais dos EUA.
Embora tenha mantido suas projeções para o ano inteiro, a empresa não ofereceu uma previsão de lucro para o segundo trimestre, citando incertezas em relação à política comercial dos EUA.
“Dada a natureza dinâmica do cenário e a gama de resultados de curto prazo sendo extremamente ampla e difícil de prever, achamos melhor não fornecer uma previsão específica para o crescimento da receita operacional e do lucro por ação no segundo trimestre”, disse o diretor financeiro John David Rainey em uma apresentação.
Neil Saunders, diretor-gerente da GlobalData, afirmou que o Walmart estava melhor posicionado do que outros varejistas em meio às tarifas devido à importância dos alimentos, uma categoria em que “os consumidores continuarão a priorizar os gastos por necessidade”, afirmou em nota.
“Embora as ondas causadas pelas tarifas pareçam agora mais calmas, seria incorreto presumir que as águas estejam completamente seguras. Haverá muitas outras perturbações pela frente”, disse Saunders, acrescentando que o Walmart é “um dos navios mais robustos” do varejo.
As ações caíram 0,7% no pré-mercado.
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