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Galípolo vê no tarifaço uma ‘oportunidade de proteção’ e alerta para efeito cambial na inflação
Publicado 11/08/2025 • 13:15 | Atualizado há 4 horas
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Publicado 11/08/2025 • 13:15 | Atualizado há 4 horas
KEY POINTS
O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (11) que o aumento de tarifas imposto aleatoriamente pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros, conhecido como “tarifaço”, pode se tornar uma espécie de proteção para o País.
Segundo ele, a baixa dependência comercial do Brasil em relação ao mercado norte-americano, antes vista como uma desvantagem, passou a funcionar como amortecedor frente às sobretaxas, disse durante palestra no Conselho Político e Social da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Galípolo afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) já havia incorporado, no balanço de riscos, parte dos impactos das tarifas anunciadas por Donald Trump, projetando perda de atividade econômica. Com a sobretaxa de 50%, ele explicou que os questionários enviados aos economistas antes das reuniões do Copom indicam dois possíveis movimentos:
Os impactos na atividade econômica, como perda de empregos em setores exportadores, ainda não foram totalmente incorporados às projeções do mercado.
Sobre a taxa básica de juros, Galípolo descartou cortes no curto prazo. Ele ressaltou que a Selic foi elevada a 15% ao ano e permanecerá nesse patamar “para garantir a convergência da inflação para a meta”. O BC, segundo ele, seguirá vigilante aos indicadores antes de considerar flexibilizações.
Galípolo também voltou a defender o PIX como serviço público, em meio à futura implementação do PIX parcelado. “As evoluções do PIX mostram o quão importante que ele seja como é: uma infraestrutura pública. Assim, é possível contar com diversos participantes nessa ‘rodovia’”, afirmou.
Em sua palestra, ele afirmou também que o BC não deve emitir mensagens diferentes daquelas contidas na comunicação oficial, para evitar ruídos ao mercado. “Se sair um sinal diferente do que está na comunicação, é porque me expressei mal”, disse, reforçando que a atual diretoria tem atuado de forma integrada.
Ele comparou a gestão anterior do BC a “uma banda de jazz”, com maior liberdade individual, enquanto hoje a atuação se assemelha a “uma orquestra”, com harmonia entre os membros do Comitê de Política Monetária (Copom). “Ajuda muito termos pessoas com inteligência emocional, focadas na função de cumprir o mandato, e não em chamar atenção”, completou.
O discurso, realizado na Associação Comercial de São Paulo, teve tom mais institucional e voltado para uma visão histórica e estrutural do BC, sem grandes sinalizações sobre juros, inflação ou economia. Galípolo destacou que a principal pauta para os próximos anos será “normalizar a política monetária”, ou seja, obter o mesmo efeito no controle da inflação com doses menores de juros. Ele também mencionou a “idiossincrasia” da economia brasileira, que mantém baixo desemprego e dinamismo mesmo com taxas elevadas de juros.
O presidente do BC fez um panorama dos últimos 100 anos da economia brasileira, citando a transição de uma economia rural e agroexportadora para uma industrializada entre 1930 e 1980, o período de alta inflação nas décadas de 1980 e 1990 e a estabilização com o Plano Real. Ele relatou conversas com ex-presidentes do BC, como Pérsio Arida, e as barreiras jurídicas enfrentadas antes da adoção do real.
Galípolo reforçou que a comunicação precisa ser clara, mesmo que isso comprometa o “estilo” da escrita, citando a expressão usada na última ata — “continuação da interrupção” — para explicar que o BC mantém a pausa nos cortes de juros enquanto avalia sinais da economia.
Na parte final da fala, Galípolo trouxe comentários sobre mudanças recentes no comportamento dos mercados internacionais. Ele mencionou episódios em que choques externos — como a retirada de tarifas ou conflitos geopolíticos — não geraram a valorização do dólar normalmente observada em períodos de aversão a risco. Segundo ele, esse movimento pode estar ligado ao fato de alguns choques terem origem nos Estados Unidos, somado à busca de investidores por proteção cambial enquanto mantêm posição em ativos norte-americanos, especialmente em setores como inteligência artificial.
“É muito difícil hoje investir em inteligência artificial e ficar fora do mercado norte-americano”, disse, ressaltando que o apetite por ativos nos EUA continua alto, mas acompanhado de estratégias para mitigar riscos cambiais.
Voltando ao cenário interno, Galípolo afirmou que o BC vê de forma mais clara os canais de transmissão da política monetária atuando sobre o crédito, enquanto o mercado de trabalho segue resiliente. Ele ponderou que, nesse contexto, a economia tende a apresentar sinais mistos, sem um comportamento uniforme.
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