Brasil deve seguir modelo europeu de regulação da IA? Veja como isso afeta as empresas

A regulação da inteligência artificial (IA) será um dos temas principais nos eventos FT Climate & Impact Summit Latin America e Brasil 2030: Uma Nação de Oportunidades, promovidos pelo Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, em parceria com o Financial Times. Marcel Nobre, especialista em tecnologia e inovação, analisou os modelos de regulação da Europa e dos Estados Unidos, os efeitos para empresas brasileiras exportadoras de tecnologia e os desafios éticos que envolvem o tema.

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Segundo Nobre, o Brasil vem adotando o modelo europeu, que enfatiza proteção, confidencialidade e segurança, ao contrário do modelo americano, mais orientado para interesses comerciais. “A Europa sempre foi vanguarda na legislação para proteger a sociedade em relação à tecnologia”, disse. Ele ressaltou que a legislação europeia, como o EU AI Act, já começou a ser implementada, exigindo maior compliance das empresas que atuam naquele mercado.

Para empresas brasileiras, a adaptação às regras europeias representa uma barreira, mas também uma oportunidade competitiva. Já o mercado americano, que deve seguir uma regulação mais flexível, pode oferecer maior agilidade às empresas, porém com riscos éticos e jurídicos mais elevados.

Nobre destacou ainda a importância de equilibrar a inovação com a proteção contra possíveis riscos da IA. “Precisamos criar bloqueios para que a tecnologia não ultrapasse certos limites, protegendo a soberania nacional e a população”, afirmou. Ele também comentou sobre a concentração de poder nas mãos de poucas big techs e o impacto disso na economia local.

Na entrevista, Nobre discutiu o caso Felca, que trouxe à tona a questão da proteção de crianças e adolescentes nas redes sociais. Ele alertou que algoritmos que priorizam engajamento podem expor perfis vulneráveis a conteúdos inadequados. “Isso deveria ser sumariamente proibido, um crime gravíssimo”, afirmou, defendendo maior controle e responsabilidade das plataformas.

O especialista reforçou que a discussão sobre regulação da IA é urgente e envolve tanto inovação quanto ética, destacando a necessidade de um modelo equilibrado que preserve avanços tecnológicos sem comprometer direitos e segurança.

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Chico Fireman

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