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GM quer direção totalmente autônoma até 2028 — e aposta em IA do Google para chegar lá

Publicado 23/10/2025 • 07:00 | Atualizado há 10 horas

KEY POINTS

  • A General Motors disse que a inteligência artificial conversacional Google Gemini começará a ser implementada em seus veículos no próximo ano
  • Nos próximos três anos, a montadora também planeja lançar um novo sistema que permite aos motoristas tirar as mãos e os olhos da estrada, mas ainda assim assumir o controle do veículo quando desejarem
  • A empresa anunciou outras iniciativas de tecnologia como parte de seu evento “GM Forward” no sul de Manhattan
General Motors (GM).

General Motors (GM).

Foto: REUTERS/Rebecca Cook/File Photo

A General Motors (GM) está preparando um conjunto de novas iniciativas de software para seus veículos nos próximos três anos, incluindo um assistente de inteligência artificial veicular do Google e um sistema de assistência ao motorista capaz de controlar amplamente o veículo sem interação ou monitoramento humano.

A GM informou que a IA conversacional Google Gemini começará a ser lançada em seus veículos no próximo ano, seguida pelo novo sistema de assistência ao motorista, que permitirá aos condutores tirar as mãos e os olhos da estrada sob certas circunstâncias, em 2028.

A CEO da GM, Mary Barra, e outros executivos fizeram os anúncios nesta quarta-feira, durante o evento de software “GM Forward”, que também apresentou outras iniciativas projetadas para “transformar o carro de um meio de transporte em um assistente inteligente”, segundo a montadora.

A empresa também anunciou o desenvolvimento de uma nova plataforma de computação centralizada, planejada para ser implementada a partir do Escalade IQ, em 2028; o aumento do uso de robôs colaborativos (cobots), que podem trabalhar ao lado de humanos; e a expansão da linha de produtos da GM Energy.

“Hoje compartilharemos nossa visão para nossos veículos, nossa indústria e como estamos impulsionando o futuro do transporte”, disse Mary Barra na abertura do evento, realizado no sul de Manhattan.

A GM afirmou que as novidades marcam o início de uma “nova era de mobilidade” para a empresa, que tem enfrentado desafios para consolidar avanços nessa área. Em 2021, a montadora havia anunciado planos para dobrar a receita até 2030, liderada por novos negócios que, em grande parte, não avançaram, além de elevar a receita anual de software e serviços para entre US$ 20 bilhões e US$ 25 bilhões.

Nos últimos anos, a GM encerrou o sistema Ultra Cruise, que deveria operar em 95% das circunstâncias de direção e estava previsto para ser lançado em 2023, além de ter redirecionado recursos para o seu negócio de robotaxi Cruise.

Executivos da companhia se recusaram a comentar o potencial de receita das novas iniciativas. O CFO Paul Jacobson já havia recuado da meta de dobrar a receita, mas destacou a alta de 9,1% na receita anual em 2024, que alcançou US$ 187,44 bilhões.

O presidente da GM, Mark Reuss, afirmou que os planos de crescimento da empresa estão “praticamente no caminho certo — talvez um ou dois anos de diferença”, e que a companhia seguirá aumentando a receita, especialmente com as tecnologias anunciadas. Ele destacou que as novas iniciativas são “muito diferentes” das anteriores, pois envolvem produtos tangíveis que entrarão no mercado em breve.

Até o terceiro trimestre deste ano, a GM reconheceu US$ 2 bilhões em serviços de software, ante o mesmo valor alcançado apenas após um ano inteiro em 2021. A empresa também reportou US$ 5 bilhões em receita diferida, alta de 90% em relação ao ano anterior.

O evento ocorreu um dia após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre, que superaram as expectativas e levaram a companhia a elevar sua projeção de desempenho (guidance). As ações da GM registraram o segundo melhor desempenho diário desde 2009, quando a montadora saiu da falência, e estavam sendo negociadas de forma estável nesta quarta-feira.

A GM destacou ainda que o sistema de IA do Google, base do seu sistema de infotainment, tornará “possível conversar com o carro tão naturalmente quanto se faria com um colega passageiro”.

“Nossa visão é criar um carro que te conheça, que cuide de você e que simplesmente atenda às suas necessidades, mesmo antes de você falar”, disse Sterling Anderson, diretor de produto (Chief Product Officer) da GM.

Segundo ele, a computação centralizada é uma “peça fundamental” nos planos da empresa para ampliar as capacidades dos veículos. A montadora espera atualizar modelos de 2016 em diante e incluir a tecnologia em todos os novos veículos lançados nos EUA a partir do próximo ano.

A GM também planeja desenvolver sua própria tecnologia de inteligência artificial sob medida, sem prazo definido. “No futuro, apresentaremos nossa própria IA ajustada ao seu veículo”, disse David Richardson, ex-executivo da Apple e atual vice-presidente de engenharia de software e serviços da GM. “Pense nisso como um assistente que antecipa suas necessidades, oferece ajuda oportuna e torna cada viagem mais pessoal e agradável.”

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Tecnologia de direção eyes-off

A General Motors (GM) informou que seu sistema avançado de assistência ao motorista (ADAS) aprimorado contará com tecnologia de direção mãos-livres “olhos-fora” (eyes-off), a partir do Cadillac Escalade IQ EV, modelo que atualmente custa cerca de US$ 127,5 mil, em 2028.

A montadora pretende, em seguida, expandir a disponibilidade da tecnologia para outros modelos, segundo executivos da empresa.

“A autonomia tornará nossas estradas mais seguras. Ela devolverá aos clientes seu ativo mais valioso: o tempo. Será um pilar fundamental do portfólio de produtos da GM no futuro”, disse Sterling Anderson, diretor de produto da companhia.

O veículo utilizará sistemas Lidar (light detection and ranging), tecnologia de detecção e alcance de luz que permite ao carro “enxergar” melhor seus arredores. O CEO da Tesla, Elon Musk, tem sido um dos críticos mais notórios dessa abordagem, já que os veículos da Tesla dependem exclusivamente de câmeras e visão computacional.

“Apenas para ser claro, estamos desenvolvendo um produto de direção autônoma”, afirmou Anderson, ex-executivo da Tesla, em entrevista à CNBC. “É um sistema de direção autônoma, com os olhos fora da estrada (eyes-off). No que diz respeito ao uso de Lidar, nosso produto será melhor com múltiplos modos de sensoriamento. Ponto final.”

Anderson comparou o desafio a “um oceano grande demais para ferver” e disse que o sistema deve evoluir gradualmente até alcançar todo o seu potencial.

A GM não confirmou se a nova tecnologia receberá o nome “Super Cruise”, mesmo nome do sistema atual, que permite direção sem as mãos em 600 mil milhas de estradas pré-mapeadas na América do Norte. O Super Cruise monitora a atenção do motorista por meio de sensores e câmeras de detecção ocular.

A montadora foi a primeira do mundo a oferecer um sistema mãos-livres em 2016, mas sua expansão foi lenta até os últimos anos. Segundo Mary Barra, CEO da GM, a implementação do novo sistema será significativamente mais rápida do que a do Super Cruise original.

GM Energy

A partir de 2026, a GM passará a oferecer seu Sistema de Energia Doméstica — que inclui carregamento bidirecional de veículos elétricos (VEs) e bateria residencial estacionária — por meio de leasing (arrendamento mercantil), em vez de venda direta.

O leasing começará com proprietários de veículos totalmente elétricos da GM e, posteriormente, será estendido a outros clientes interessados em energia de backup e integração solar, segundo a empresa.

A GM Energy, lançada em 2022, é uma das frentes de crescimento da montadora no setor de energia e mobilidade elétrica. Criada para competir com a Tesla, a unidade fornece baterias, carregadores de VE e softwares voltados à otimização do carregamento e à resiliência energética diante de interrupções na rede elétrica.

A GM não divulgou o tamanho ou a receita da operação, mas, em publicação recente, Wade Sheffer, vice-presidente da GM Energy, afirmou que o momentum dos serviços está crescendo.

“É realmente incrível ver todas as grandes coisas que estão bem no horizonte, e eu sei que entregaremos para nossos clientes — e isso é o que mais importa”, disse Mary Barra. “Este momento se baseia em nossa história e define o curso.”

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