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Crise do Banco Master expõe graves falhas de compliance

Publicado 18/11/2025 • 12:15 | Atualizado há 4 horas

KEY POINTS

  • Falhas de compliance no Banco Master revelam problemas de governança, risco sistêmico e emissão excessiva de CDBs.
  • Especialistas apontam alertas ignorados, controles frágeis e conflitos de interesse que antecederam a crise.
  • Caso expõe risco para fundos e investidores e reforça urgência de transparência e resposta rápida em bancos.
Crise do Banco Master expõe falhas de compliance

Crise do Banco Master expõe falhas de compliance

O próprio nome da operação da Polícia Federal — “Compliance Zero” — já sugere a dimensão das falhas que derrubaram o Banco Master e culminaram na liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central. Para especialistas, o caso evidencia problemas profundos de compliance, governança e gestão de riscos que se acumulavam há anos dentro da instituição e que só agora vieram à tona.

A crise que levou à intervenção abriu uma discussão urgente sobre cultura interna, controles mínimos e responsabilidade corporativa. Segundo analistas, os sinais de deterioração estavam presentes muito antes da ação do BC e das prisões realizadas pela PF. O contador e mestre em governança corporativa Marcello Marin afirma que as primeiras evidências de falhas surgem quando mecanismos internos deixam de funcionar adequadamente. “Os primeiros sinais aparecem quando alertas de compliance começam a ser ignorados ou tratados como burocracia. Isso mostra falta de autonomia e ausência de cultura de integridade”, afirma.

Sinais internos que indicam falhas de compliance

Marin explica que esses indícios costumam surgir muito antes dos casos chegarem às autoridades. “Comitês de risco pouco atuantes, due diligence superficial e falhas em KYC são indícios clássicos de que a governança está falhando”, diz. Ele destaca que conflitos de interesse entre executivos e agentes públicos e a baixa segregação de funções abrem espaço para operações irregulares passarem despercebidas.

Quando uma instituição entra sob investigação, medidas rápidas são necessárias para preservar clientes, investidores e a reputação do banco. “A primeira resposta deve ser ativar um comitê de crise com conselho, jurídico, compliance e alta gestão. Auditoria independente e comunicação transparente são fundamentais para conter danos”, explica. Marin também reforça que interações com agentes públicos exigem controles mais rígidos. “Relações público-privadas precisam de políticas rígidas de conflito de interesse, conselhos independentes e due diligence reforçada”, afirma.

Compliance e risco sistêmico: emissão excessiva de CDBs elevou alerta

A crise do Banco Master também expôs riscos associados à emissão acelerada de CDBs. O economista Igor Lucena, CEO da Amero Consulting, afirma que o FGC cumprirá seu papel, mas o episódio mostra um desequilíbrio estrutural no setor. “O FGC protege o investidor até R$ 250 mil. Quem está dentro desse limite deve receber. Mas investidores acima disso correm risco de perda parcial”, diz.

Lucena ressalta que o mercado ignorou sinais claros de desequilíbrio. “Vimos títulos sendo vendidos já com consciência da baixa credibilidade. Taxas de CDI +30% deveriam acender alertas. Não é razoável que uma instituição comprometa metade do FGC com sua emissão de CDBs”, afirma.

Para ele, não houve falha regulatória, mas falha interna de compliance no Banco Master. “A regulação é robusta. O que faltou foi troca de informações e vigilância interna”, diz.

Ele alerta para impactos indiretos: “O maior risco agora é para fundos de pensão e fundos de investimento que compraram instrumentos sem garantia do FGC. Haverá remarcação de ativos e prejuízos distribuídos nos próximos meses”.

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Reputação, governança e impacto para o investidor

Lucena afirma que a crise deve servir de alerta para investidores profissionais. “Investidores de alta renda precisam analisar melhor o risco dos papéis. O investidor de pequeno porte está protegido, mas o Private precisa rever critérios”, afirma.

Marin reforça o pano de fundo estrutural: “Crises assim quase nunca são eventos isoladas. Revelam falhas de cultura, governança e controle. A forma como a instituição reage — com velocidade, transparência e rigor — define se o impacto será jurídico ou se evoluirá para uma crise de confiança de longo prazo”.

A crise do Banco Master evidencia como estruturas frágeis de compliance amplificam riscos, comprometem investidores e têm potencial para gerar impactos sistêmicos quando controles internos falham e governança não age preventivamente.

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