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Por que as negociações de preços do Medicare importam para Novo Nordisk, AstraZeneca e outras farmacêuticas europeias
Publicado 26/11/2025 • 19:18 | Atualizado há 3 horas
Por que as negociações de preços do Medicare importam para Novo Nordisk, AstraZeneca e outras farmacêuticas europeias
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Publicado 26/11/2025 • 19:18 | Atualizado há 3 horas
KEY POINTS
Wegovy, da Novo Nordisk.
Caixa do Wegovy, medicamento análogo ao GLP-1 da Novo Nordisk
A pressão por medicamentos mais acessíveis nos EUA transformou a política de preços em um dos temas centrais para o setor farmacêutico em 2025. Enquanto o presidente Donald Trump tenta reduzir custos para consumidores americanos, empresas enfrentam simultaneamente as exigências da Lei de Redução da Inflação, aprovada no governo Biden, que permite negociações diretas de preços pelo Medicare.
Embora as mudanças ocorram dentro dos EUA, o impacto se espalha para a Europa, já que grandes farmacêuticas dependem fortemente do mercado americano — o mais lucrativo do mundo para medicamentos de marca.
Várias empresas europeias anunciaram novos aportes nos EUA para suavizar tensões com Trump e evitar riscos tarifários. A AstraZeneca, por exemplo, está se preparando para uma listagem direta na Bolsa de Nova York, buscando acesso a capital mais profundo. A Novo Nordisk, por sua vez, citou a complexidade do mercado americano como um dos fatores que levaram a mudanças recentes na alta liderança.
Descontos anunciados pelo Medicare
Na noite da última terça-feira (25), o CMS revelou os preços negociados de 15 medicamentos de grande receita, válidos a partir de 2027. Entre eles:
No total, os descontos variam de 38% a 85%, com economia prevista de US$ 8,5 bilhões — cerca de 36% menor que os gastos recentes.
Chris Klomp, vice-administrador do CMS, disse que os novos valores representam “uma negociação séria, justa e disciplinada”, seja pela IRA ou pela política de Nação Mais Favorecida defendida por Trump.
A GSK afirmou estar satisfeita com o acordo. Já a Novo Nordisk criticou a medida, alegando que “a fixação de preços pelo governo não se traduz em custos mais baixos para pacientes e ainda pode resultar em perda de cobertura e prêmios mais altos”.
Por que empresas europeias dependem tanto do mercado americano
Os EUA são o principal destino de vendas para muitos laboratórios globais:
Um estudo da RAND de 2024 concluiu que os remédios prescritos são, em média, três vezes mais caros nos EUA do que em outros países desenvolvidos.
Apesar dos grandes descontos, analistas afirmam que os cortes estavam amplamente no radar. As ações de AstraZeneca e GSK subiram menos de 1% após o anúncio. Já os papéis da Novo avançaram 4,7% no dia.
A partir de 2027, a semaglutida (Ozempic/Wegovy) custará US$ 274 para beneficiários do Medicare — contra um preço de tabela de US$ 959. Os planos de saúde, porém, já recebem abatimentos significativos que normalmente não são divulgados.
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A lista dos 15 medicamentos que serão negociados para 2028 será publicada até 1º de fevereiro de 2026.
O fator Trump: o temor do MFN
Segundo analistas, o maior risco não está na IRA, mas na política de Trump. O presidente assinou em maio uma ordem executiva para aplicar o princípio da Nação Mais Favorecida, que atrela os preços americanos aos menores valores praticados no exterior.
Esse mecanismo tem potencial para mexer abruptamente nas margens das farmacêuticas — especialmente as europeias.
Para mitigar riscos, empresas têm firmado acordos com o governo Trump, oferecendo reduções voluntárias de preços e investindo em fábricas nos EUA para escapar de tarifas.
Medicamentos para obesidade em foco
No início de novembro, Trump anunciou acordos com a Novo Nordisk e a rival Eli Lilly para reduzir drasticamente os custos de Wegovy e Zepbound para Medicare e Medicaid:
Analistas do BMO dizem que, embora o corte nos preços pese nas receitas, o aumento do acesso pode expandir significativamente o volume de vendas — especialmente no mercado de obesidade, o que tende a compensar parte das perdas.
Na semana passada, a Novo também reduziu preços para consumidores particulares, de US$ 499 para US$ 349 por mês, após pressão direta de Trump.
Outras empresas, como AstraZeneca e Pfizer, também firmaram seus próprios acordos.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.
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