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Joesley Batista, empresário que tem fortuna de R$ 25,5 bi, já se encontrou com Maduro e Trump

Publicado 05/12/2025 • 09:08 | Atualizado há 50 minutos

KEY POINTS

  • Ao lado do irmão, Wesley, ele comanda a J&F, holding com investimento em várias empresas, principalmente na JBS, uma das gigantes mundiais do setor de carne e proteína animal.
  • Neste ano, o bilionário brasileiro conversou com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em setembro, e já teve contato com diversos presidentes brasileiros.
  • Sobre Maduro, a J&F informou que Joesley não viajou à Venezuela como enviado de nenhum país, embora o governo brasileiro tenha sido comunicado. A tentativa é de amenizar as tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, em meio aos ataques empreendidos pelo governo Trump no mar do Caribe nos últimos meses.

Marcelo Camargo / Agência Brasil

Joesley Batista durante CPMI da JBS, em novembro de 2017

O empresário Joesley Batista voltou a ser destaque no noticiário brasileiro nessa quinta-feira (4) após viajar para a Venezuela para se encontrar com o ditador do país, Nicolás Maduro, e pedir que ele renuncie em meio à mobilização militar dos Estados Unidos no mar do Caribe. Em 2025, Joesley já havia se encontrado com o presidente norte-americano, Donald Trump, na Casa Branca.

O empresário de 52 anos, nascido em Formosa (GO), é um dos homens mais ricos do Brasil e aparece na lista da revista Forbes como bilionário, com fortuna estimada em R$ 25,5 bilhões. Ao lado do irmão, Wesley, ele comanda a J&F, holding com investimento em várias empresas, principalmente na JBS, uma das gigantes mundiais do setor de carne e proteína animal.

Joesley e Wesley são filhos de José Batista Sobrinho, que criou a empresa em 1953. Na década de 2000, os dois herdeiros foram nomes importantes na internacionalização da JBS. Hoje, a companhia é dona de marcas como Swift, Seara e Friboi, além de ser a maior processadora de carne bovina dos Estados Unidos e a maior exportadora de proteína animal do planeta.

Além da JBS, a J&F controla o PicPay e o Banco Original (setor financeiro), a Âmbar Energia, o Canal Rural (comunicação), a Eldorado (papel e celulose), a Flora (produtos de limpeza e cosméticos) e a LHG (mineração).

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Conexões políticas

Maduro não foi o primeiro presidente com quem Joesley lidou: anteriormente neste ano, o bilionário brasileiro conversou com Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, em setembro, e já teve contato com diversos presidentes brasileiros.

Um caso, no entanto, teve maior repercussão, durante o governo Temer. Em 7 de março de 2017, Joesley visitou Michel Temer no Palácio do Jaburu, residência oficial da vice-presidência, embora Dilma Rousseff já tivesse sofrido impeachment. Com um equipamento escondido, Joesley gravou o áudio da conversa com Temer. Segundo ele, o objetivo era comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, impedindo-o de fazer uma delação premiada.

A conversa vazou na imprensa dois meses depois. Joesley era investigado nos desdobramentos da Operação Lava Jato, suspeito de ter pago propina a Cunha quando ele ainda era deputado. Ao fazer a gravação, a intenção do empresário seria realizar ele próprio uma delação premiada.

Joesley também delatou o candidato derrotado nas eleições presidenciais de 2014, Aécio Neves (PSDB), com uma gravação do então senador solicitando R$ 2 milhões, sendo que posteriormente o dinheiro teria sido entregue em quatro parcelas de R$ 500 mil por Ricardo Saud, então diretor de Relações Institucionais da JBS, a um primo de Aécio.

Em um acordo de leniência, o grupo JBS denunciou ter repassado, de forma ilícita, quase R$ 600 milhões a campanhas eleitorais de 1.829 candidatos e 28 partidos. Na delação de Joesley, ele afirmou ter pago US$ 80 milhões (R$ 424,8 milhões) a Lula e Dilma Rousseff em contas no exterior, mas este trecho foi anulado por falta de provas, já que a conta indicada tinha o próprio Joesley como titular.

Prisões

A delação premiada foi fechada com um acordo para dar imunidade a Joesley. No entanto, mais material em áudio foi divulgado em setembro de 2017, no qual o empresário e Saud conversam sobre a delação, o que levantou suspeitas de que os dois teriam omitido alguns crimes.

Joesley foi preso preventivamente por seis meses, sendo liberado em março de 2018. Em novembro de 2018, ele voltou a ser preso por suspeita de envolvimento em um esquema de corrupção no Ministério da Agricultura em 2014 e 2015, mas foi solto três dias depois.

A J&F deveria pagar uma multa de R$ 10 bilhões prevista no acordo de leniência, mas o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli suspendeu o pagamento em 2023 e, nessa quinta-feira (4/12) o juiz Antonio Claudio Macedo da Silva, da 10ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Distrito Federal, determinou que o valor seja recalculado, por entender que houve vício de consentimento por coação e para corrigir uma “onerosidade excessiva”.

Após voltar à liberdade, Joesley voltou ao comando das empresas, que, mesmo após os escândalos, seguiram crescendo.

Atuação internacional

Em 2025, Joesley se notabilizou pela atuação junto a presidentes estrangeiros. Segundo o empresário, ele “falou bem do Brasil” para Trump, ajudando a abrir as portas para negociar as tarifas do governo americano impostas a exportações brasileiras que têm o país da América do Norte como destino.

Sobre Maduro, a J&F informou que Joesley não viajou à Venezuela como enviado de nenhum país, embora o governo brasileiro tenha sido comunicado. A tentativa é de amenizar as tensões entre a Venezuela e os Estados Unidos, em meio aos ataques empreendidos pelo governo Trump no mar do Caribe nos últimos meses.

Segundo apurou a Coluna do Estadão, a estratégia do empresário brasileiro é aproveitar a proximidade com Trump para atuar como ponte na melhoria da relação do Brasil com os Estados Unidos. Ainda de acordo com a Coluna, o grupo J&F quer aproveitar o protagonismo nesses diálogos com líderes internacionais como estratégia de rebrading, num reposicionamento da marca para grandes temas.

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