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Governo dos EUA analisa mais de 1 milhão de documentos do caso Epstein e atrasa divulgação

Publicado 25/12/2025 • 13:30 | Atualizado há 5 horas

KEY POINTS

  • O Departamento de Justiça informou na quarta-feira que está analisando mais de um milhão de arquivos adicionais potencialmente relacionados a Jeffrey Epstein.
  • O governo Trump não cumpriu o prazo de 19 de dezembro estabelecido pela Epstein Files Transparency Act para divulgar publicamente todos os documentos relacionados ao criminoso sexual Jeffrey Epstein, já falecido.
  • Agora, o Departamento de Justiça afirma que o processo para a divulgação completa dos arquivos pode levar “mais algumas semanas”.

Divulgação/Netflix

Jeffrey Epstein

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês) informou na quarta-feira (24) que mais de um milhão de documentos adicionais potencialmente relacionados ao criminoso sexual Jeffrey Epstein foram descobertos, o que atrasou a divulgação dos arquivos que deveriam ter sido tornados públicos até a última sexta-feira.

“O procurador dos EUA para o Distrito Sul de Nova York e o FBI informaram ao Departamento de Justiça que identificaram mais de um milhão de documentos adicionais potencialmente relacionados ao caso Jeffrey Epstein”, afirmou o DOJ em uma publicação na rede social X.

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“Temos advogados trabalhando 24 horas por dia para revisar e realizar as supressões legalmente exigidas, a fim de proteger as vítimas, e divulgaremos os documentos o mais rápido possível. Devido ao volume massivo de material, esse processo pode levar mais algumas semanas”, acrescentou a postagem.

O anúncio feito na véspera de Natal gerou reações negativas de parlamentares que já vinham criticando a condução do caso pelo Departamento de Justiça.

O deputado Robert Garcia, principal democrata no Comitê de Supervisão e Reforma Governamental da Câmara dos Representantes, que conduz sua própria investigação sobre Epstein, acusou a Casa Branca, em comunicado, de promover “um acobertamento para proteger os co-conspiradores de Epstein e os homens poderosos que abusaram de mulheres e meninas”.

“É ultrajante que o DOJ tenha ilegalmente retido mais de 1 milhão de documentos do público”, afirmou Garcia, que também pediu que a procuradora-geral Pam Bondi preste depoimento ao Congresso.

O anúncio ocorreu no mesmo dia em que um grupo bipartidário de senadores pediu uma auditoria sobre a atuação do Departamento de Justiça no tratamento dos arquivos de Epstein.

Em uma carta ao inspetor-geral interino do DOJ, Don Berthiaume, um grupo de 12 senadores afirmou que o Departamento de Justiça violou uma lei conhecida como Epstein Files Transparency Act, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente Donald Trump em novembro. A legislação determinava a divulgação integral dos arquivos de Epstein, com o mínimo de supressões, até 19 de dezembro.

Os parlamentares, liderados pelos senadores Richard Blumenthal, democrata de Connecticut, Lisa Murkowski, republicana do Alasca, e Jeff Merkley, democrata do Oregon, afirmaram que o DOJ reteve arquivos, divulgou documentos que já estavam disponíveis publicamente e realizou supressões em tal grau que “levantam sérias dúvidas sobre se o Departamento está aplicando corretamente as exceções limitadas de sigilo permitidas pela lei”.

“Dada a hostilidade histórica da Administração à divulgação dos arquivos, a politização mais ampla do caso Epstein e o descumprimento da Epstein Files Transparency Act, uma avaliação neutra sobre o cumprimento das exigências legais de divulgação é essencial”, escreveram os senadores.

Inspetores-gerais são órgãos independentes responsáveis por auditorias e investigações em agências federais. Segundo os parlamentares, o inspetor-geral do DOJ está “em posição ideal” para conduzir a auditoria, pois tem acesso total aos arquivos.

No início de seu segundo mandato, Trump demitiu mais de uma dúzia de inspetores-gerais em todo o governo federal, mas manteve o veterano fiscal do DOJ, Michael Horowitz, que ocupava o cargo desde 2012. Horowitz deixou a função em junho para assumir o mesmo posto no Federal Reserve.

Trump nomeou Berthiaume para atuar como fiscal interno do Departamento de Justiça em outubro.

Desde 19 de dezembro, o DOJ divulgou dois grandes lotes de arquivos relacionados a Epstein, mas a liberação lenta dos documentos tem irritado parlamentares de ambos os partidos.

Em uma carta enviada ao Congresso na sexta-feira, o vice-procurador-geral Todd Blanche informou que o DOJ divulgaria os arquivos de forma gradual até o fim do ano, contrariando a exigência da lei. Agora, tudo indica que o processo continuará no próximo ano.

“Um despejo de notícias na véspera de Natal sobre ‘mais um milhão de arquivos’ apenas comprova o que já sabemos: Trump está envolvido em um grande acobertamento. A pergunta simples que os americanos merecem ver respondida é: O QUE eles estão escondendo — e POR QUÊ?”, escreveu na quarta-feira, no X, o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, democrata de Nova York.

Schumer prometeu no início da semana forçar o Senado a votar uma ação judicial contra o DOJ para garantir a divulgação integral dos arquivos. Já os deputados Thomas Massie, republicano do Kentucky, e Ro Khanna, democrata da Califórnia, ameaçaram responsabilizar Bondi e Blanche por desacato inerente.

“As sobreviventes merecem justiça. A divulgação feita pelo DOJ não cumpre a Epstein Files Transparency Act nem oferece o que as sobreviventes têm garantido pela nova lei”, afirmou Massie em publicação no X na segunda-feira.

Trump, que no passado foi amigo de Epstein, apareceu pouco nos documentos divulgados inicialmente pelo DOJ na última sexta-feira.

O lote mais recente de arquivos, divulgado na terça-feira, inclui várias referências a Trump, entre elas um e-mail que sugere que ele viajou com frequência no avião particular de Epstein durante a década de 1990.

Trump nega qualquer irregularidade relacionada ao financista nova-iorquino, condenado por crimes sexuais. Na terça-feira, o DOJ afirmou em publicação no X que “alguns desses documentos contêm alegações falsas e sensacionalistas feitas contra o presidente Trump, que foram encaminhadas ao FBI pouco antes da eleição de 2020”.

Durante a campanha presidencial de 2024, Trump indicou que estava aberto a desclassificar parte dos arquivos de Epstein, mas, ao longo deste ano, lutou para mantê-los sob sigilo. Ele classificou a controvérsia em torno dos arquivos como uma “farsa” e pressionou alguns republicanos da Câmara a retirarem apoio à legislação que acabou obrigando a divulgação dos documentos.

Quando a Epstein Files Transparency Act parecia prestes a avançar no Congresso, Trump acabou dando apoio à iniciativa.

“Transparência total — como solicitada de forma corajosa e reiterada pelas sobreviventes — é essencial para identificar os membros da sociedade que viabilizaram e participaram dos crimes de Epstein. As sobreviventes merecem divulgação completa”, escreveram os parlamentares.

Murkowski foi a única republicana a assinar a carta, embora a Epstein Files Transparency Act tenha sido aprovada nas duas Casas do Congresso com amplo apoio bipartidário.

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