A alta da taxa Selic em um ponto percentual decidida pelo Copom já era esperada pelo mercado, para conter a inflação, disse Carlos Hotz, sócio fundador da A7 Capital, em entrevista ao Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC. Ele alertou sobre o efeito dessa política na economia: “Toda a alta de juros acaba sendo um desacelerador da economia real”.
O impacto na dívida pública também é preocupante. Segundo Hotz, a elevação da Selic encarece a dívida do Brasil em cerca de R$ 50 bilhões a R$ 60 bilhões por ano. “Toda vez que você eleva juros porque o fiscal está descontrolado, você piora esse número”, ele afirmou.
Hotz explicou que a queda recente do dólar está relacionada a fatores externos e internos. O mercado reagiu positivamente ao projeto de isenção do Imposto de Renda enviado ao Congresso, mas, segundo ele, “o que aconteceu foi uma melhora da comunicação do governo e uma conjuntura de desvalorização do dólar globalmente”.
A meta de inflação também foi discutida. Para Hotz, o objetivo de 3% é “utópico” considerando o histórico brasileiro. Ele disse que “países como os EUA e o Reino Unido trabalham com inflação maior, e o Brasil deveria rever essa meta”.
Por fim, ele destacou que a ata do Copom será fundamental para entender os próximos passos da política monetária. “Hoje não há consenso sobre os próximos movimentos, então a sinalização do Banco Central será crucial para o mercado”.
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