O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,25 ponto percentual, levando a Selic de 14,75% para 15% ao ano. A decisão foi divulgada no início da noite desta quarta-feira (18) e veio acompanhada de um comunicado que, embora sinalize uma possível interrupção no ciclo de alta, mantém o tom rígido quanto à política monetária.
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O jornalista e analista Vinicius Torres Freire, em participação no programa Radar, classificou a comunicação do Banco Central como “dura” e destacou dois pontos centrais: a indicação de que o ciclo de alta pode ser interrompido e a ênfase de que a taxa de juros permanecerá em um patamar significativamente contracionista por um período prolongado.
Segundo Freire, o comunicado visa evitar que os mercados interpretem o fim das altas como sinal de afrouxamento em breve. “O BC está dizendo, em outras palavras, que não há perspectiva de corte de juros tão cedo”, comentou. Ele observa ainda que, embora o Copom reconheça moderação no crescimento econômico, esse fator não foi suficiente para alterar a postura da autoridade monetária, que segue preocupada com a desancoragem das expectativas de inflação.
A decisão dividia opiniões entre agentes do mercado. Pesquisa do BTG Pactual com 76 participantes, divulgada antes da reunião, indicava que 51% esperavam manutenção da Selic, enquanto 49% projetavam alta. Apesar da divisão, 62% dos entrevistados avaliavam que o Copom deveria elevar a taxa. Para Freire, esse equilíbrio reflete a incerteza atual do cenário fiscal e externo.
A expectativa agora, segundo o próprio comunicado, é de uma pausa no ciclo para avaliação dos impactos já gerados pela política monetária. Ainda assim, o BC enfatizou que poderá retomar os ajustes, caso julgue necessário para garantir a convergência da inflação à meta.
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