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Imagem de arquivo. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, testemunha durante a audiência do Comitê Judiciário do Senado dos EUA "Big Tech e a Crise de Exploração Sexual Infantil Online" em Washington, DC, em 31 de janeiro de 2024.

CNBC Após investir bilhões em uma “equipe dos sonhos” de IA, Zuckerberg precisa entregar resultados aos acionistas da Meta

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Após investir bilhões em uma “equipe dos sonhos” de IA, Zuckerberg precisa entregar resultados aos acionistas da Meta

Publicado 21/06/2025 • 09:42 | Atualizado há 9 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • Quando Mark Zuckerberg sente a pressão, ele abre a carteira. O fundador do Facebook e CEO da Meta, de 41 anos, está em uma onda de gastos sem precedentes, na tentativa de posicionar sua empresa na vanguarda da revolução da inteligência artificial.
  • Fontes disseram à CNBC que a Meta já havia tentado adquirir a Safe Superintelligence, fundada há um ano pelo cofundador da OpenAI, Ilya Sutskever.
  • Outras fontes relataram que a empresa também chegou a negociar a compra da Perplexity AI, avaliada em US$ 14 bilhões em uma rodada de financiamento em maio.
Imagem de arquivo. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, testemunha durante a audiência do Comitê Judiciário do Senado dos EUA "Big Tech e a Crise de Exploração Sexual Infantil Online" em Washington, DC, em 31 de janeiro de 2024.

Imagem de arquivo. Mark Zuckerberg, CEO da Meta, testemunha durante a audiência do Comitê Judiciário do Senado dos EUA "Big Tech e a Crise de Exploração Sexual Infantil Online" em Washington, DC, em 31 de janeiro de 2024.

Brendan SMIALOWSKI / AFP

Quando Mark Zuckerberg sente a pressão, ele abre a carteira. O fundador do Facebook e CEO da Meta, de 41 anos, está em uma onda de gastos sem precedentes, na tentativa de posicionar sua empresa na vanguarda da revolução da inteligência artificial e compensar erros recentes — e caros — em um mercado que vem transformando rapidamente o mundo dos negócios.

Após o surpreendente investimento de US$ 14,3 bilhões na Scale AI na semana passada, que também trouxe para a Meta o fundador da startup, Alexandr Wang, e um pequeno grupo de seus principais funcionários, a empresa agora pretende contratar o ex-CEO do GitHub, Nat Friedman, e seu parceiro de negócios, Daniel Gross, que havia sido CEO da startup de IA Safe Superintelligence, avaliada em US$ 32 bilhões, informou a CNBC esta semana.

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Fontes disseram à CNBC que a Meta já havia tentado adquirir a Safe Superintelligence, fundada há um ano pelo cofundador da OpenAI, Ilya Sutskever. Outras fontes relataram que a empresa também chegou a negociar a compra da Perplexity AI, avaliada em US$ 14 bilhões em uma rodada de financiamento em maio. As pessoas que falaram à CNBC sobre essas negociações pediram anonimato por se tratar de informações confidenciais.

“Claro que o grande tema agora é como a IA está transformando tudo o que fazemos”, disse Zuckerberg aos investidores na última teleconferência de resultados, em abril. Na ocasião, a Meta elevou sua projeção de investimentos de capital no ano para um intervalo entre US$ 64 bilhões e US$ 72 bilhões, em vez da faixa anterior entre US$ 60 bilhões e US$ 65 bilhões, para refletir o aumento dos investimentos em data centers voltados à IA e os possíveis custos mais altos com hardware.

O que Zuckerberg não disse naquela ocasião é que estava prestes a desembolsar uma enorme quantia em dinheiro para reformular a divisão de IA da empresa.

“Mark Zuckerberg está no modo fundador e não vai parar”, disse Gil Luria, analista da D.A. Davidson, em entrevista ao programa Money Movers, da CNBC, na sexta-feira. Luria tem recomendação de compra para a ação, mas ressalta que, para vencer na área de IA, a Meta precisa ter sucesso com a nova geração e com a ‘equipe dos sonhos’ que está montando.

Na Meta, a IA está sendo incorporada em toda a empresa, desde o núcleo de publicidade online e os algoritmos do Instagram até os esforços para construir o metaverso. Modelos e tecnologias de IA mais avançados aprimoram o negócio atual, ao melhorar a segmentação de anúncios e reduzir custos.

No entanto, na construção dos modelos fundamentais usados por uma vasta comunidade de desenvolvedores — setor em que a empresa disputa espaço com Google, OpenAI, Anthropic e outras —, a Meta ainda é vista por muitos como uma retardatária.

A abordagem única da Meta, baseada em código aberto, gira em torno da família de modelos Llama. Mas a atualização mais recente, o Llama 4, lançada em abril, não foi bem recebida pelos desenvolvedores. Na ocasião, a Meta liberou apenas duas versões menores do Llama 4 e afirmou que, futuramente, lançaria um modelo maior e mais poderoso, chamado internamente de “Behemoth”.

“Depois do lançamento bem-sucedido do Llama 3 no ano passado, o Llama 4 que saiu este ano foi um fracasso absoluto, quase uma admissão do próprio Zuckerberg”, disse Luria. “A Meta não pode se dar ao luxo de fracassar na criação de um modelo de IA de ponta. Por isso, estão no mercado desesperadamente tentando renovar a equipe de IA.”

A Meta não respondeu a um pedido de comentário para esta reportagem.

A corrida por desenvolvedores

A contratação de Alexandr Wang, da Scale AI, foi o movimento mais impactante de Zuckerberg até agora. Embora a Meta tenha adquirido uma participação de 49% na startup, o verdadeiro prêmio do negócio foi trazer Wang, que largou o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) para fundar sua empresa aos 19 anos.

Depois, Zuckerberg voltou-se para Nat Friedman e Daniel Gross, que investem juntos na empresa de venture capital NFDG. Eles vão desenvolver produtos sob a liderança de Wang, disse uma fonte familiarizada com o assunto à CNBC, na quinta-feira. A Meta, por sua vez, terá uma participação na NFDG, segundo múltiplas fontes.

Um porta-voz da Meta não comentou sobre as contratações planejadas e afirmou que a empresa “vai compartilhar mais sobre nossos esforços em superinteligência e sobre os ótimos profissionais que estão se juntando a essa equipe nas próximas semanas.”

Nem todos os novos reforços de Zuckerberg custam bilhões de dólares. Algumas contratações saem por dezenas ou centenas de milhões, segundo Sam Altman, CEO da OpenAI.

Altman revelou, no episódio mais recente do podcast Uncapped, apresentado por seu irmão, que a Meta tem tentado atrair funcionários da OpenAI com bônus de assinatura que chegam a US$ 100 milhões, além de pacotes de compensação anual ainda maiores.

“Ouvi dizer que a Meta nos vê como seu maior concorrente”, disse Altman no podcast. “Os esforços atuais da empresa em IA não funcionaram tão bem quanto esperavam, e respeito essa agressividade e a tentativa constante de inovar.”

Andrew Bosworth, diretor de tecnologia da Meta, disse ao programa Closing Bell Overtime, da CNBC, nesta sexta-feira, que Altman está respondendo às ofertas.

“O mercado está estabelecendo um novo patamar para esse nível de talento, algo realmente incrível e sem precedentes na minha carreira de 20 anos como executivo de tecnologia”, disse Bosworth, que está na Meta desde 2006.

Por ora, Wall Street segue dando o benefício da dúvida a Zuckerberg. As ações da Meta ficaram estáveis nesta semana, após queda de cerca de 2% na anterior. No acumulado do ano, os papéis ainda sobem 17%, superando o Nasdaq e todas as outras big techs.

Os analistas da Argus mantiveram a recomendação de compra nesta semana e elevaram o preço-alvo das ações de US$ 725 para US$ 790. O papel fechou a sexta-feira cotado a US$ 682,35.

“A capacidade da empresa de capitalizar os avanços da IA generativa na segmentação de anúncios é uma oportunidade especialmente relevante para impulsionar o investimento em publicidade, que é a base do negócio da Meta”, escreveram os analistas da Argus.

Luria, da D.A. Davidson, disse que Zuckerberg colocou ainda mais pressão sobre si mesmo para transformar a Meta em uma líder de longo prazo em IA, mas acrescentou que não apostaria contra ele.

“O último grande momento em que Zuckerberg se sentiu pressionado”, lembrou Luria, “ele comprou o Instagram por US$ 1 bilhão, um negócio que pavimentou o caminho para o domínio do Facebook no mobile.”

Isso foi em 2012, pouco antes da abertura de capital do Facebook. Luria também destacou a polêmica aquisição do WhatsApp por US$ 19 bilhões dois anos depois. Agora, ele vê o CEO da Meta apostando com a mesma ousadia em IA.

“Ele vai reconstruir a equipe e eles vão voltar”, concluiu Luria.

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