O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) o reforço das medidas de monitoramento da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar em um condomínio no Jardim Botânico, em Brasília. A decisão ocorre a três dias do início do julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados pela Primeira Turma da Corte, relacionados ao núcleo 1 da trama golpista.
Segundo a decisão, a Polícia Penal do Distrito Federal deve realizar monitoramento presencial da área externa da residência, incluindo as divisas com imóveis vizinhos, consideradas zonas de maior exposição ao risco de fuga. Além disso, Moraes autorizou vistorias nos habitáculos e porta-malas de todos os veículos que saírem da casa do ex-presidente, com registro detalhado de motoristas e passageiros, e envio diário dessas informações ao STF.
O reforço na segurança segue parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que se posicionou contrário à permanência de agentes 24 horas dentro da residência, mas recomendou atenção às áreas externas e entradas do condomínio. A medida visa garantir a efetividade da prisão domiciliar e prevenir qualquer tentativa de fuga.
Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o início de agosto, utilizando tornozeleira eletrônica, após Moraes considerar que ele descumpriu medidas cautelares que o proibiam de influenciar postagens de terceiros nas redes sociais. Recentemente, a Polícia Federal também identificou um documento de asilo político em nome do ex-presidente, com destino à Argentina, que, segundo sua defesa, seria apenas um rascunho e não houve efetiva solicitação de fuga do país.
O julgamento, marcado começar para a próxima terça-feira (2), analisará a participação de Bolsonaro e de mais sete aliados no núcleo 1 da trama golpista, enquanto a Polícia Federal investiga possíveis tentativas de fuga e descumprimento das medidas cautelares.
Na semana passada, a PF identificou um documento de asilo político destinado ao presidente da Argentina, Javier Milei, armazenado em dispositivo eletrônico do ex-presidente desde 2024. A defesa afirma que se tratava apenas de um rascunho e que não houve solicitação formal de asilo nem tentativa de fuga do país, reforçando que o julgamento se concentrará na análise das condutas relacionadas ao processo e não em especulações externas.
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