O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prejudicando tanto a indústria do petróleo quanto as energias limpas com as tarifas, e o Brasil pode se aproveitar disso, disse Jean Paul Prates, ex-senador, ex-presidente da Petrobras e atual presidente do conselho do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC.
O especialista afirmou que o Brasil tem uma grande variedade de opções acessíveis, e por isso pode diversificar suas opções conforme as tarifas dos EUA: “O Brasil se tornou um grande exportador de petróleo, superando até mesmo países da Opep, mas também soube explorar as energias eólica e solar, que ocupam até 14% da matriz brasileira”.
Para Prates, a aplicação de tarifas é um fator externo que afeta o equilíbrio entre fontes de energia renovável e combustíveis fósseis e pode causar uma crise estrutural. “Pode haver o empobrecimento potencial de países que dependem da exportação de combustíveis fósseis, e esses países vão ter que se adaptar para suprir a necessidade global”, ele afirmou.
Em relação à Petrobras, o diretor disse que a empresa é bem preparada para suportar crises estruturais desse tipo. Para ele, o caminho é acelerar o processo de transformação de grandes refinarias de petróleo em usinas de produção de combustível renovável.
“O desafio é fazer a transição energética com racionalidade e sem movimentos bruscos, pois qualquer alteração nesse setor movimenta muita energia”, ele afirmou, dizendo que novos tipos de energia costumam ser mais caros, mas o desenvolvimento de técnicas de produção e pesquisas podem viabilizar a exploração.
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