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‘Não é só inserir’: CEO de Sinfônica Brasileira explica por que a equidade é o novo desafio da mulher

Publicado 11/12/2025 • 21:47 | Atualizado há 25 minutos

KEY POINTS

  • Ana Flávia Cabral, CEO da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), está à frente de uma das instituições culturais mais longevas do país.
  • Ela construiu uma carreira unindo gestão, direito e filosofia, e conversou com o Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC sobre sua trajetória e os desafios da cultura no Brasil.
  • Ana Flávia Cabral se define como uma "pensadora humanista", cuja relação com o trabalho sempre esteve associada ao servir e ao bem comum.

Ana Flávia Cabral, CEO da Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), está à frente de uma das instituições culturais mais longevas do país, com a missão de democratizar a música erudita, formar talentos e integrar a cultura ao desenvolvimento humano.

Conselheira e integrante do movimento Women-Led Economy, ela construiu uma carreira unindo gestão, direito e filosofia, e conversou com o Times Brasil — Licenciado Exclusivo CNBC sobre sua trajetória e os desafios da cultura no Brasil.

Pensadora humanista e o encontro com a música

Ana Flávia Cabral se define como uma “pensadora humanista”, cuja relação com o trabalho sempre esteve associada ao servir e ao bem comum: “Eu me sinto uma costureira de grandes ideias, de pessoas, de histórias, e ao mesmo tempo com uma proposta de que a utilidade de todo esse trabalho artesanal seja sempre o bem comum”.

Ela revela que seu primeiro contato com uma orquestra sinfônica foi tardio, aos 18 anos, em Brasília, vinda de um ambiente rural. Esse encontro foi transformador: “Meu ambiente sempre foi o ambiente rural, o agronegócio, o sertanejo. Fui conhecer uma orquestra sinfônica com 18 anos. E esse fenômeno do encontro, dessa atmosfera da música de concerto, que promove o encontro e coloca a beleza nessa estatura que é um concerto, aquilo é uma coisa que me marcou para sempre”.

Sua formação jurídica e filosófica serve como base para sua gestão na OSB: “Eu nunca precisei tanto do direito como eu preciso numa orquestra sinfônica. O direito, ele é mesmo a base de tudo”.

Cultura como política de Estado e o desafio da permanência

A gestora critica a falta de centralidade da cultura na agenda pública brasileira, o que leva à precarização das instituições e dificulta a gestão do terceiro setor: “Acho que há ainda uma incipiência na compreensão do que é o papel da cultura numa sociedade. A cultura não é central como uma política de Estado, ou seja, ela não é reconhecida, não é servida com o nosso arroz com feijão. Cultura é um pouco do residual, é um pouco de entretenimento.”

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A descontinuidade de políticas públicas, como o ensino de música nas escolas, é outro problema grave. Contudo, a OSB, que completa 85 anos, demonstra uma força intrínseca de permanência, mesmo sem o amparo estatal: “A música seguir existindo, a instituição seguir existindo, mesmo sem a defesa, mesmo sem a salvaguarda, mesmo sem o amparo do poder público. Na minha opinião, significa uma força intrínseca reconhecida pela própria sociedade”.

Reinventando a tradição e a música jovem

A OSB se reinventa ao dialogar com a contemporaneidade e as novas gerações, usando o formato orquestral para se comunicar com o mainstream. A música de concerto é vista como um veículo que pode transmitir qualquer mensagem, do sertanejo ao funk: “Cresceu 90% o uso, a utilização de músicas clássicas como trilhas sonoras de conteúdos para a internet. A música de concerto é como se toca uma música, e a orquestra sinfônica é uma comunicadora”.

O trabalho com a Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem (OSB Jovem) evidencia a demanda por essa formação: “As nossas iniciativas de educação musical, seja para a escola pública, seja para promover a formação dos jovens em estágio de pré-profissionalização, são sempre muito contundentes. Tivemos mais do que 50% de inscritas mulheres”.

Mulheres na orquestra: a agenda da equidade

Ana Flávia Cabral levanta a discussão sobre o desequilíbrio de gênero nas orquestras profissionais, citando que a OSB tem apenas 9 mulheres entre 77 músicos.

Ela ressalta que o desafio não é só inserir, mas incluir e manter a equidade, repensando o regime de trabalho: “A orquestra profissional estava muito desequilibrada. Ser músico de orquestra é como se fosse atleta. A mulher tem menos flexibilidade para ter dois empregos. Quando surge uma demanda na família, as mulheres vão assumir essas posições, especialmente na economia do cuidado”.

Para mudar esse cenário, a CEO implementou um modelo de gestão compartilhada, dando voz ativa às musicistas: “Temos uma gestão compartilhada, então os próprios músicos deliberam sobre o seu projeto artístico. O fato dela ter a possibilidade de deliberar sobre o seu regime de trabalho já começa por aí, porque é uma mulher analisando a sua própria realidade”.

Ela conclui que o amadurecimento dessa agenda exige equilíbrio e o apoio dos homens: “Não basta inserir, tem que incluir. É o que cria o equilíbrio para que a próxima geração perceba que não precisa ser tão sacrificante”.

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