O programa soma R$ 82,1 bilhões em empréstimos e beneficia mais de 7,1 milhões de trabalhadores, com taxa média de juros de 3,07% ao mês.
Mais de 50% dos beneficiários do crédito ganham até quatro salários mínimos, saindo de linhas com juros altos de até 11,2% ao mês.
O governo prepara a portabilidade via Carteira de Trabalho Digital e um sistema de garantias que usará até 10% do saldo do FGTS.
José Cruz/Agência Brasil
O Crédito do Trabalhador já migrou R$ 37 bilhões de 2,3 milhões de contratos antigos para a plataforma, facilitando o acesso a juros menores.
O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) informou que mais de R$ 37 bilhões, referentes a 2,3 milhões de contratos antigos de crédito consignado, já foram migrados para a plataforma do Crédito do Trabalhador. Ainda restam cerca de 1 milhão de contratos a serem convertidos, em sua maioria com valores menores.
Com o avanço da migração, o programa já movimenta R$ 82,1 bilhões em empréstimos desde o seu lançamento, em 21 de março de 2025. No total, são 12,2 milhões de contratos firmados, que beneficiam mais de 7,1 milhões de trabalhadores. A taxa média de juros é de 3,07% ao mês, e o valor médio dos empréstimos chega a R$ 11,4 mil por beneficiário.
Juros mais baixos e inclusão financeira
Para o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o programa representa um marco na democratização do crédito no país, ao oferecer condições mais acessíveis e reduzir a dependência de linhas tradicionais com juros elevados. “Mais de 50% dos trabalhadores e trabalhadoras que contrataram crédito ganham até quatro salários mínimos. Esses trabalhadores estão saindo das mãos do agiota e de empréstimos como o rotativo do cartão e o cheque especial, que cobram, em média, 11,2% ao mês”, afirmou o ministro.
Pixabay.
Crédito do Trabalhador movimenta R$ 82,1 bilhões e migra R$ 37 bilhões de contratos antigos para juros menores.
Nova etapa: portabilidade e garantias via FGTS
Atualmente, a portabilidade dos contratos é feita diretamente pelos bancos, mas, a partir de 2 de dezembro, o processo também estará disponível na Carteira de Trabalho Digital, segundo a Dataprev. O governo prepara ainda a implementação de um sistema de garantias que deve contribuir para a redução adicional das taxas de juros.
Essas garantias poderão representar até 10% do saldo do FGTS, 40% da multa rescisória ou 35% das verbas rescisórias. Em casos de demissão, os valores serão automaticamente utilizados para quitar o empréstimo.
Instituições e regiões com maior volume de crédito
O programa conta atualmente com 122 instituições financeiras habilitadas, sendo que 79 já realizaram operações de crédito. Entre os bancos com maior volume de empréstimos estão Itaú (R$ 16,7 bilhões), Banco do Brasil (R$ 12,2 bilhões), Santander (R$ 11,6 bilhões) e Caixa Econômica Federal (R$ 7,9 bilhões).
Os estados com maior volume de operações são São Paulo (R$ 29,4 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 7,2 bilhões), Minas Gerais (R$ 6,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 5,2 bilhões) e Paraná (R$ 4,9 bilhões).
Expansão e impacto social
Criado para facilitar o acesso ao crédito e reduzir o endividamento de trabalhadores, o Crédito do Trabalhador atende empregados celetistas, domésticos, rurais, diretores não empregados e profissionais vinculados ao FGTS. A iniciativa permite substituir dívidas com juros altos (como crédito pessoal, carnês e cheque especial) por financiamentos com taxas significativamente menores.
Atualmente, o Brasil conta com cerca de 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, e a expectativa do governo é que, em quatro anos, cerca de 25 milhões de pessoas passem a ser atendidas pelo consignado privado.
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