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BC descumpre meta de inflação pela 8ª vez desde 1999; Campos Neto é recordista
Publicado 10/01/2025 • 10:32 | Atualizado há 10 meses
 
        
        
                            
                     
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Publicado 10/01/2025 • 10:32 | Atualizado há 10 meses
KEY POINTS
 
                            Roberto Campos Neto em abril de 2024
Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Presidente do Banco Central há apenas dez dias, Gabriel Galípolo começará a sua gestão escrevendo uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para explicar o descumprimento da meta de inflação de 2024.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de preços, somou 4,83% no ano passado, acima do teto de 4,50%. É a oitava vez que a autoridade monetária falha em cumprir a meta desde o início do regime, em 1999.
No ano passado, o BC ainda era comandado por Roberto Campos Neto. Mas, como o IPCA de dezembro só foi divulgado nesta sexta-feira, cabe a Galípolo assinar o texto.
Ele se torna o primeiro presidente da autoridade monetária a explicar o descumprimento do alvo por um predecessor desde Henrique Meirelles. Em 2003, o então recém-empossado chefe da autarquia escreveu uma carta sobre a perda da meta de 2002, na gestão de Armínio Fraga.
Os dados de inflação divulgados na manhã desta sexta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que Campos Neto foi o presidente do BC que mais descumpriu a meta na história do regime.
Desde o início da gestão dele, em 2019, o IPCA superou a meta três vezes: em 2021, quando escalou até 10,06%, a terceira maior taxa do Plano Real; em 2022, quando ficou em 5,79%; e, agora, em 2024.
Entre os quatro predecessores de Campos Neto que trabalharam sob o regime de metas, Fraga (1999-2002) perdeu o alvo duas vezes. Meirelles (2003-2010), Alexandre Tombini (2011-2016) e Ilan Goldfajn (2016-2019), uma vez cada.
O descumprimento da meta de inflação de 2024 era amplamente esperado pelo mercado financeiro e pelo próprio BC. Desde outubro, a mediana do relatório Focus indicava que o IPCA do ano passado superaria os 4,50%. Na edição da última segunda-feira, 6, indicava inflação de 4,89%.
A autoridade monetária previa um IPCA de 4,9% e considerava haver 100% de chance de estouro do teto no ano passado, conforme o último Relatório Trimestral de Inflação (RTI).
Esta é a última vez que o cumprimento do alvo de inflação foi feito de acordo com o regime original de metas, adotado no Brasil em 1999. Esse sistema considerava o IPCA acumulado no ano-calendário. Se a inflação ficasse acima ou abaixo do intervalo de tolerância, o presidente do BC deveria escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda para explicar as razões do descumprimento, as providências para garantir a convergência e o prazo para que isso acontecesse.
A partir deste ano, passa a valer um novo sistema de meta contínua, com centro de 3%, apurada com base na inflação acumulada em 12 meses. Se ela ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância (1,5% a 4,5%) por seis meses consecutivos, considera-se que o alvo foi perdido.
Nesse caso, também caberá ao BC divulgar as razões para o descumprimento, as providências e o prazo para a convergência, também por meio de carta aberta.
Nas duas últimas vezes que o BC descumpriu a meta de inflação, a carta aberta do presidente da autarquia ao ministro da Fazenda foi publicada no mesmo dia da divulgação do IPCA de dezembro. O Broadcast consultou a autarquia para saber quando o documento seria tornado público este ano, mas não obteve resposta.
Economistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) consideram que o descumprimento do alvo em 2024 tem poucos impactos para a credibilidade do BC ou do regime de metas.
O IPCA do ano passado sofreu efeitos de eventos climáticos extremos, valorização de mais de 27% do dólar ante o real e robustez da atividade econômica.
“O BC reagiu a esse desafio, interrompeu um processo de corte de juros e passou a elevar a Selic. Não havia muito o que fazer. A inflação ficou acima da meta em parte por causa desses choques, e o BC tem de atuar para evitar efeitos secundários, o que ele está fazendo agora”, diz o estrategista-chefe e sócio da EPS Investimentos, Luciano Rostagno.
A autoridade monetária iniciou o ano no meio de um ciclo de corte de juros e chegou a reduzir a Selic a 10,50% em maio. Depois, voltou a elevar a taxa básica, que chegou a 12,25% em dezembro. Diante do aumento das expectativas de inflação, o BC indicou dois aumentos de 1 ponto porcentual este ano, que levariam os juros a 14,25% até março.
Para Rostagno, a postura do BC ao longo deste ano vai determinar ganho ou perda de credibilidade. Como mostrou o Broadcast, o mercado já espera que a nova meta contínua seja descumprida em julho deste ano, com uma sequência de seis meses do IPCA acumulado em 12 meses acima de 4,50%.
Com as expectativas de inflação para os próximos anos desancoradas, a autoridade monetária terá de reforçar seu compromisso com a convergência, diz o analista.
A economista-chefe para o Brasil da Galapagos Capital, Tatiana Pinheiro, considera que o comportamento das expectativas de inflação será o principal termômetro da credibilidade este ano. As medianas do relatório Focus para o IPCA de 2025, 2026 e 2027 têm subido continuamente, distanciando-se do centro da meta perseguida pelo BC, apesar da sinalização de uma política monetária mais dura.
Ela lembra que, a partir de agora, o BC terá de publicar trimestralmente, no novo Relatório de Política Monetária, uma avaliação sobre o processo de convergência. Se as projeções de inflação da autarquia para o seu horizonte relevante continuarem subindo, isso pode trazer impactos para a credibilidade, destaca a economista.
“Se vier o relatório do primeiro trimestre e ficar mais distante da meta do que em dezembro, e chegar o segundo trimestre e você tiver uma revisão constante da inflação para cima… é com base na revisão da expectativa, seja do mercado, seja do modelo do BC, nesse intervalo relevante, que podemos falar de um ganho ou perda de credibilidade”, diz Pinheiro.
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