O Ministério da Fazenda reduziu a previsão de crescimento da economia brasileira em 2025 de 2,5% para 2,3%, segundo o Boletim Macrofiscal de setembro. A revisão foi motivada pelo desempenho abaixo do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre e pelos efeitos cumulativos da política monetária restritiva.
A projeção do PIB por setores mostra estimativas distintas: agropecuária deve crescer 8,3% (ante 7,8% anteriormente), indústria 1,4% (de 2,0%) e serviços 2,1%, sem alteração. Para 2026, a previsão geral foi mantida em 2,4%.
No campo da inflação, o governo reduziu a expectativa para o IPCA de 2025 de 4,9% para 4,8%. A revisão leva em conta o câmbio mais valorizado, a desaceleração dos preços no atacado e o excesso de oferta de bens no mercado global. Para 2026, a projeção continua em 3,6%.
O INPC para 2025 permanece em 4,7%, enquanto a previsão para o IGP-DI caiu de 4,6% para 2,6%.
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O boletim também destaca os efeitos das tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos às exportações brasileiras. Estima-se que cerca de 40% das vendas para o mercado americano tenham passado a enfrentar taxação de 50%, com impacto de queda de 0,2 ponto percentual no PIB entre agosto de 2025 e dezembro de 2026. A medida deve resultar em perda de aproximadamente 138 mil postos de trabalho, concentrados na indústria.
Para mitigar os efeitos, o governo lançou o Plano Brasil Soberano, que prevê linhas de crédito subsidiadas, garantias em fundos e medidas tributárias. Segundo simulações oficiais, o programa pode reduzir pela metade as perdas estimadas, limitando o impacto a 0,1 ponto percentual do PIB e cerca de 65 mil empregos.
Na área fiscal, o déficit primário de 2025 foi projetado em R$ 69,99 bilhões (0,55% do PIB), o menor nível desde janeiro de 2024 e abaixo da estimativa de julho (R$ 72,10 bilhões). Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) deve alcançar 79,74% do PIB em 2025, contra previsão anterior de 80,0%.
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