Erasmo Batistella diz que COP 30 marca virada para o biodiesel e anuncia parceria inédita com Banco do Brasil

O setor de biocombustíveis saiu fortalecido da COP 30, segundo o empresário Erasmo Batistella. Diretor da ProBio e fundador da B8, ele afirma que a conferência foi marcada por entregas concretas, parcerias estratégicas e defesa pública do biodiesel como peça central da transição energética. Em entrevista ao Real Time, ele avaliou a participação do setor e comentou o manifesto lançado durante o evento.

“Foi uma COP muito positiva para nós”, disse Batistella. Ele destacou iniciativas como a apresentação do Bivante na Green Zone e ações conjuntas com montadoras — entre elas a parceria com a Mercedes-Benz para testar, em longas rotas, caminhões movidos a biocombustível. Para ele, o setor produtivo precisou ocupar mais espaço na conferência e demonstrar que já oferece soluções maduras para redução de emissões.

O empresário explicou que o manifesto divulgado por organizações do biodiesel busca reafirmar a importância dos biocombustíveis para acelerar a transição energética. O documento expõe ganhos ambientais, potencial de expansão e a necessidade de políticas públicas que permitam elevar a participação do biodiesel em motores pesados, um dos grandes gargalos para cumprir metas climáticas.

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Batistella também anunciou uma nova parceria construída durante a COP 30. “É uma alegria enorme compartilhar isso aqui”, afirmou, ao detalhar o acordo com o Banco do Brasil para substituir diesel fóssil por Bivante nos geradores das unidades do banco. Ele ressaltou que a instituição, reconhecida internacionalmente por práticas sustentáveis, fortalece seu compromisso ambiental ao adotar uma solução brasileira de baixa emissão.

O impasse nas negociações para incluir um calendário de eliminação dos combustíveis fósseis no texto final da COP — ponto que frustrou negociadores brasileiros — também foi tema da conversa. Para Batistella, metas claras são fundamentais. “Se não colocarmos datas, não há entrega concreta”, avaliou. Ele reconhece que o uso de combustíveis fósseis ainda será necessário por um período, mas defende que as COPs precisam construir um roteiro pragmático e transparente.

Segundo o empresário, a forte presença do setor produtivo nesta edição é um sinal de maturidade. Ele afirma que empresas, agronegócio e o sistema financeiro devem continuar pressionando por compromissos robustos, pois são justamente esses agentes que operacionalizam as metas firmadas nos acordos climáticos.

Nathalia Fruchi

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