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Famílias comprometem maior parcela da renda da história; entenda o impacto
Publicado 28/12/2025 • 18:54 | Atualizado há 2 horas
Publicado 28/12/2025 • 18:54 | Atualizado há 2 horas
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Pessoa fazendo conta na calculadora
Pexels
Em outubro, o comprometimento da renda familiar alcançou o maior nível da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em março de 2011. O indicador registrou 29,4%, segundo dados divulgados pela autoridade monetária na última sexta-feira. Excluindo o financiamento imobiliário, o índice chega a 27,2%.
O comprometimento de renda reflete a proporção da renda disponível que as famílias destinam ao pagamento de dívidas.
O avanço recente do indicador está ligado ao crescimento expressivo do crédito nos últimos anos e às taxas de juros elevadas. Embora o crédito tenha apresentado forte expansão, o ritmo vem desacelerando desde o segundo trimestre de 2025.
Em novembro, a alta acumulada em 12 meses ficou em 9,5%, primeira vez abaixo de 10% desde maio.
As taxas de juros do sistema financeiro continuam a subir, acompanhando a política monetária restritiva do BC. Desde junho, a Selic se mantém em 15%, enquanto a taxa média de juros do crédito alcançou 31,9% ao ano em novembro, acima dos 28,5% registrados em dezembro de 2024. A última vez em que a Selic esteve abaixo de 10% foi em dezembro de 2021.
Saiba mais:
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, observa que a combinação de juros altos e crescimento moderado do rendimento real pressiona o comprometimento das famílias.
De acordo com a Pnad Contínua, do IBGE, a massa de rendimento real habitual no mercado de trabalho somou R$ 354,6 bilhões no terceiro trimestre, estabilidade em relação ao trimestre anterior, mas recorde histórico. “Embora acima da inflação, o rendimento real desacelera, elevando o comprometimento e mantendo a inadimplência sob pressão”, afirma Kautz.
Em análise do Goldman Sachs, o diretor de pesquisa econômica para a América Latina, Alberto Ramos, reforça que o comprometimento recorde em outubro indica desafios para as condições de crédito. Segundo ele, políticas de crédito facilitado por bancos públicos ou programas governamentais podem, no entanto, suavizar o ciclo.
Paralelamente, o endividamento das famílias também avançou, atingindo 49,3% em outubro, maior nível desde novembro de 2022. Renato Baldini, chefe-adjunto do departamento de estatísticas do BC, ressalta que o dado pode ser interpretado de duas maneiras: aponta risco à saúde financeira ou reflete maior acesso ao crédito.
“O nível de endividamento representa a relação entre o volume de crédito destinado a consumo ou habitação e a renda disponível”, explica.
Para 2026, Kautz projeta forças opostas no mercado de crédito. A redução esperada da Selic poderia aliviar a inadimplência, que se manteve em 3,8% desde julho, e o comprometimento de renda. Por outro lado, o mercado de trabalho deve enfraquecer, influenciando o saldo de crédito.
O BC estima crescimento de 8,6% do crédito bancário em 2026, abaixo dos 9,4% projetados para 2025.
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