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Esteves se enganou: popularidade de Lula não chegou ao fundo do poço
Publicado 25/04/2025 • 14:18 | Atualizado há 2 meses
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Publicado 25/04/2025 • 14:18 | Atualizado há 2 meses
Agência Brasil
Existem diagnósticos que, quando partem de certas figuras, reverberam como sentença no mercado. Em fevereiro deste ano, André Esteves — fundador do BTG Pactual e uma das vozes mais influentes das finanças nacionais — afirmou que a popularidade de Lula havia “feito fundo”. Uma fala dessas, vinda de quem vem, é quase uma tese de investimento. Esteves não é dado a impulsos retóricos: ele lê cenário, mede riscos e fala com a frieza de quem tem acesso privilegiado à realidade econômica e institucional do país.
Mas nem mesmo o sóbrio Esteves parece ter previsto a resiliência do governo Lula em descer mais alguns degraus na escada da frustração — inclusive entre seus próprios eleitores.
Passados dois anos do retorno ao poder, a promessa de “churrasco e cerveja para todos” se dissolveu diante de uma realidade persistente: inflação, denúncias de corrupção e cansaço popular. Lula permanece convencido de que enfrenta uma crise de comunicação, não de gestão; de discurso, não de realidade.
A economia, no entanto, se encarregou de lembrar que a dor é real e palpável. O IPCA-15 em abril registrou alta de 0,43%, acumulando 5,49% em doze meses — acima do teto da meta do Banco Central. O principal vilão? Alimentos. Os preços da alimentação no domicílio aumentaram 1,29%, puxados pelo tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa vida (2,44%). A comida ficou mais cara e, para boa parte do eleitorado que acreditou no discurso de “churrasco e cerveja”, isso não é uma abstração econômica — é o que deveria encher a barriga.
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Para piorar, o governo enfrenta sua maior crise de integridade: uma fraude bilionária no INSS que atingiu aposentados e pensionistas em cheio. O rombo estimado é de R$6,3 bilhões em descontos indevidos — muitos feitos sem autorização dos beneficiários. O presidente do órgão, Alessandro Stefanutto, foi afastado. E ainda não há plano claro para devolver o dinheiro roubado.
A crise se agrava com a exposição de nomes próximos ao presidente. O irmão de Lula, Frei Chico, apareceu como vice-presidente de um dos sindicatos investigados, uma associação simbólica indigesta para um presidente cuja trajetória já traz cicatrizes profundas de escândalos anteriores. O Mensalão, em 2005, e o Petrolão, desvendado mais tarde pela Lava Jato, selando a década seguinte. Mesmo que Lula tenha visto suas condenações anuladas, o dano à imagem é irreversível e as marcas da corrupção voltam a grudar toda vez que um novo escândalo emerge.
Mesmo com PIB em alta e desemprego em baixa, o ambiente político e institucional é tóxico. Lula finge não ver a gravidade da situação. Confia, talvez, que sua habilidade retórica seja suficiente para reverter a narrativa — como se o Brasil de 2025 fosse o mesmo de 2003. Só que agora, a sociedade está mais informada, as redes são mais ruidosas, e a memória política é mais presente.
Não por acaso, um levantamento da Paraná Pesquisas divulgado esta semana mostra Lula com desaprovação recorde: 57,4% dos brasileiros reprovam seu governo, o pior patamar dos seus três mandatos. Além disso, em todos os cenários eleitorais simulados, Lula perde — inclusive para Jair Bolsonaro, caso este volte a ser elegível.
No fim, André Esteves errou apenas na profundidade do poço. A popularidade de Lula pode até estar perto do fundo. Mas se continuar nesse ritmo, vai encontrar o pré-sal — sem Petrobras para salvá-lo.
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