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Porque a Inteligência Artificial não pode substituir o médico

Publicado 07/06/2025 • 08:04 | Atualizado há 2 horas

Alexandre Hercules

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KEY POINTS

  • Apesar dos avanços tecnológicos, o papel humano na medicina continua insubstituível.

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A Inteligência Artificial (IA) tem transformado diversas áreas, e a medicina é uma das que mais têm se beneficiado desses avanços. Ferramentas baseadas em IA já são capazes de analisar exames de imagem com precisão, sugerir diagnósticos e até prever riscos de doenças com base em grandes volumes de dados. No entanto, apesar de todo o seu potencial, a IA não pode — e provavelmente não poderá — substituir o médico.

A complexidade do julgamento clínico

O julgamento clínico é muito mais do que uma combinação de sintomas e exames. Envolve a interpretação de contextos individuais, a análise de nuances e a capacidade de pesar riscos e benefícios em situações específicas. Cada paciente é único, e muitas decisões exigem sensibilidade, experiência e, acima de tudo, humanidade — atributos que algoritmos, por mais avançados que sejam, ainda não conseguem replicar.

“A medicina não é apenas baseada em dados objetivos, mas também em subjetividade, empatia, comunicação, ética e tomada de decisão contextual”, afirma Antonio Couceiro Lopes, cirurgião do aparelho digestivo. “O julgamento clínico é construído com base em experiências acumuladas, interpretação holística do paciente e na capacidade de adaptar condutas diante de nuances individuais — algo que se respalda, mas não se traduz em dados estruturados.”

O valor da empatia na relação médico-paciente

Uma das bases da prática médica é a relação construída entre médico e paciente. A escuta atenta, o toque humano, a capacidade de perceber aspectos emocionais e psicológicos da doença são insubstituíveis. Estudos mostram que a empatia do médico pode melhorar a adesão ao tratamento e até mesmo os resultados clínicos. A IA, por melhor que seja em cálculos e predições, não pode oferecer compaixão ou suporte emocional.

A médica geriatra Julianne Pessequillo reforça: “A IA pode processar dados e informações em milissegundos e até mesmo decifrar padrões, mas jamais terá a empatia de compreender o silêncio de um idoso que fala apenas com o olhar, ou entenderá o que significa a perda de autonomia e o valor da escuta sem pressa.” Ela destaca que a verdadeira medicina geriátrica reside no toque e na presença humana, insubstituíveis por qualquer tecnologia.

A medicina vai além dos dados

O cardiologista Dr. Daniel Born avalia que, apesar dos avanços, ainda há muito a aprender sobre a Inteligência Artificial. “Na cardiologia, ela já ajuda bastante em procedimentos como o cateterismo, auxiliando na escolha do método mais adequado”, afirma. No entanto, ele alerta que a qualidade dos dados é fundamental: “Se for mal alimentada, a IA pode atrapalhar.” Segundo o especialista, as imagens médicas hoje já conseguem apontar diagnósticos e sugerir tratamentos, mas falta à máquina aquilo que é inerente ao ser humano: o toque pessoal, o gesto de apoio, o olhar atento. “A IA trabalha com dados, não com empatia”, diz. Para ele, embora a tecnologia venha para auxiliar, jamais substituirá o médico: “Estou encantado com o que já foi conquistado, mas ainda não sabemos nada. O futuro será de médicos que souberem integrar ciência, tecnologia e humanidade.”

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Embora a IA seja extremamente eficiente em lidar com grandes volumes de dados, ela se limita às informações que recebe e aos padrões que aprende. Muitas vezes, a prática médica lida com incertezas, situações imprevistas e informações incompletas. O raciocínio adaptativo e a intuição médica, desenvolvidos por anos de estudo e experiência prática, são fundamentais nesses casos — e estão além das capacidades da IA.

Na área da reprodução assistida, por exemplo, a IA tem auxiliado na avaliação de óvulos e embriões e na classificação de suas chances de sucesso. “Enquanto a IA auxilia em decisões importantes que podem aumentar as chances de sucesso no tratamento, os casais têm procurado por atendimentos mais humanizados”, observa a professora Dra. Fábia Vilarino, especialista em Reprodução Humana. “Médicos que exercem a escuta ativa, que sentem empatia pela história dos pacientes e individualizam o tratamento continuam sendo essenciais.”

IA como aliada, não substituta

A verdadeira força da IA na medicina está no apoio à tomada de decisão, na automação de tarefas repetitivas e na ampliação da capacidade de análise de dados. Ela permite que médicos sejam mais eficientes e precisos, mas sempre como ferramentas auxiliares. A IA potencializa o trabalho humano, não o substitui.

Antonio Couceiro Lopes complementa: “Apesar do avanço da IA, o futuro da medicina será mais humano, justamente porque o tempo poupado com tarefas automatizadas poderá ser reinvestido na relação médico-paciente.”

Conclusão

A medicina é, acima de tudo, uma prática humana, construída sobre ciência, mas também sobre empatia, experiência e julgamento. A Inteligência Artificial veio para transformar a forma como o médico trabalha — não para ocupar seu lugar. No futuro, a medicina será cada vez mais tecnológica, mas o médico continuará sendo essencial para aquilo que nenhuma máquina é capaz de oferecer: o cuidado genuíno com o ser humano.

Como sintetiza Dra. Fábia Vilarino: “Os profissionais médicos não perderão o emprego para a IA, mas para médicos que saibam usá-la — evoluindo com a ciência, mas sem perder a identidade e a humanidade.”

Alexandre Hercules Editor-chefe do Portal Brazil Health (www.brazilhealth.com)

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