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Mercado de IA atrai trilhões de dólares e divide investidores entre euforia e temor de bolha

Publicado 22/10/2025 • 08:30 | Atualizado há 2 horas

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KEY POINTS

  • Mais de 1.300 startups de IA já valem acima de US$ 100 milhões, e 498 se tornaram 'unicórnios', segundo a CB Insights.
  • A OpenAI participa de acordos que somam US$ 1 trilhão, mesmo com previsão de receita de apenas US$ 13 bilhões.
  • Analistas alertam para excesso de capital e endividamento no setor, enquanto investidores veem a IA como revolução sustentável.

Unsplash.

Investimentos recordes em IA levantam alerta sobre descompasso entre lucros e expectativas

O debate sobre uma possível bolha de inteligência artificial ganhou força com a valorização acelerada de empresas do setor e investimentos bilionários em novos projetos. O tema divide especialistas e executivos, que traçam paralelos com a bolha das empresas de internet dos anos 1990 e a crise financeira de 2008, enquanto outros enxergam na IA uma revolução tecnológica sustentada por demanda real e capital significativo.

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Segundo dados da CB Insights, mais de 1.300 startups de IA já atingiram valores superiores a US$ 100 milhões (R$ 537,32 milhões), sendo 498 delas consideradas unicórnios, com avaliação de pelo menos US$ 1 bilhão (R$ 5,37 bilhões). Gigantes como Amazon, Meta e Microsoft destinam bilhões à expansão de data centers, e acordos expressivos têm sido anunciados por empresas como OpenAI e Nvidia.

Divergências sobre a existência de uma bolha

O otimismo com os aportes em IA motivou comparações com bolhas anteriores, mas há quem acredite que o dinheiro investido está sendo bem empregado. A CEO Treon afirmou que, mesmo com empresas destinando metade do fluxo de caixa operacional para iniciativas de IA, “há capital suficiente para financiar isso”. Ela declarou ainda: “Essa fonte, essa margem de financiamento, não é algo com que precisamos nos preocupar”. Ela considera o cenário atual positivo, citando políticas monetárias e fiscais mais flexíveis, crescimento dos lucros e aumento dos investimentos.

Em contrapartida, o analista Bernstein avaliou que a disparada nos preços dos ativos e nas avaliações indica que “uma bolha de IA é o desfecho mais provável”. Para ele, bolhas ocorrem quando há um grande descompasso entre o volume de investimentos e as expectativas realistas de lucros futuros. Ele destacou o caso da OpenAI, envolvida em cerca de US$ 1 trilhão (R$ 5,37 trilhões) em acordos, incluindo um projeto de US$ 500 bilhões (R$ 2,68 trilhões) para data centers, apesar de previsão de receita de US$ 13 bilhões (R$ 69,85 bilhões). “É preciso considerar os lucros futuros, mas para nós e muitos outros, esse descompasso entre lucros plausíveis e o nível de investimento parece claramente uma bolha”, afirmou Bernstein.

Bernstein também observou que, embora empresas como Meta, Microsoft e Alphabet invistam pesadamente em IA, a maior parte dos lucros atualmente vem de áreas como publicidade e serviços em nuvem. “Quando se olha para os investimentos em IA, eles costumam representar uma fatia pequena dos lucros”, disse Bernstein.

Visões otimistas e o papel das grandes empresas

Já Larry Fink, CEO da BlackRock, avaliou que o volume “astronômico de capital” destinado à IA não configura uma bolha, mas sim um investimento necessário para os Estados Unidos manterem liderança global no segmento. “Investir em IA não significa apenas investir em GPUs e chips, mas também em sistemas de climatização, tecnologia da informação, redes elétricas e fornecimento de energia”, explicou Fink. Ele reconheceu que haverá fracassos, mas acredita que grandes empresas como Meta, Microsoft e Alphabet “estão em ótima posição” para se destacar. “Isso é o capitalismo. Teremos alguns grandes vencedores e perdedores… mas quem tiver portfólio diversificado ficará bem”, concluiu Fink.

O ex-CEO da Intel, Pat Gelsinger, reconheceu a existência de uma bolha no mercado de IA, mas avaliou que ela pode levar “vários anos” para se dissipar. “Estamos substituindo toda a internet e as indústrias de provedores de serviço como conhecemos hoje”, disse Gelsinger, acrescentando que as grandes inovações deverão surgir mais para o final desta década. “Dito isso, vai mudar. Estas são melhorias radicais na eficiência da IA que ocorreram neste ano.”

Reprodução.
Big techs lideram aportes bilionários em IA, enquanto cresce o debate sobre o retorno financeiro do setor.

Comparações com bolhas anteriores e riscos financeiros

Howard Marks, veterano do mercado financeiro, afirmou que, apesar do entusiasmo, ainda não percebeu um “estágio crítico de mania” típico de bolhas. “Minha resposta até agora tem sido que as avaliações não são insanas”, declarou Marks. “Altas, mas não insanas. E quando as coisas estão altas ou baixas, mas não insanas, não se pode fazer afirmações com alta probabilidade de acerto.” Ele comparou o atual momento à euforia da internet no fim dos anos 1990, que trouxe mudanças profundas, mas também tornou muitas empresas irrelevantes. Marks alertou para comportamentos comuns em bolhas, como o apoio a qualquer empresa com potencial de grandes lucros, mas acredita que esse padrão ainda não se consolidou totalmente no setor de IA.

Jeremy Inker, outro analista do mercado, comentou que os investimentos em IA passaram a ser financiados por dívidas e grandes aportes de empresas como Nvidia, em vez de fluxo de caixa livre. “Uma coisa é Microsoft ou Meta investirem pesado em data centers, pois possuem fluxo de caixa para isso. OpenAI não tem, xAI não tem, até a Oracle está emitindo muita dívida para esse fim”, explicou Inker. No ano passado, a OpenAI registrou expectativa de prejuízo operacional de US$ 5 bilhões (R$ 26,86 bilhões) com receita de US$ 3,7 bilhões (R$ 19,88 bilhões), permanecendo no vermelho. Inker considera preocupante o investimento de US$ 100 bilhões (R$ 537,32 bilhões) da Nvidia na OpenAI para construção de data centers. “Esse ecossistema dependeu do capital das big techs, mas agora precisa ser sustentado por dívidas e acordos incomuns entre Nvidia, AMD e outras companhias deficitárias que demandam grandes volumes de capital”, avaliou Inker.

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