A NeuralMed, healthtech brasileira especializada em inteligência artificial, identificou um problema silencioso que afeta diretamente tanto a saúde dos pacientes quanto a receita de clínicas e hospitais: a baixa taxa de retorno para exames de diagnóstico de câncer. Em entrevista exclusiva ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, o CEO e cofundador da empresa, Antony Eigier, falou sobre a descoberta.
Eigier afirmou que, a partir da revisão de laudos, a inteligência artificial foi capaz de identificar uma tendência de pacientes que não retornam para buscar os resultados ou realizar novos exames. Ele atribui esse abandono à lotação do sistema de saúde e à dificuldade de compreensão dos termos técnicos presentes nos laudos, agravada pela falta de acompanhamento posterior de profissionais.
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O CEO afirma que uma das conquistas da startup foi reduzir em mais de 20 dias o tempo entre a realização de biópsias para detecção de células cancerígenas e a análise dos resultados.
“Então, se você tem um nódulo, alguma coisa… o próximo passo normalmente é uma biópsia para ver se aquela massa realmente é cancerígena. E esse tempo é super valioso exatamente para isso: salvar vidas, melhorar a chance de ter um desfecho positivo”, explica.
Ele também destaca a importância dos dados gerados pelo setor de saúde e do uso da inteligência artificial para interpretá-los. “Quase um terço de todos os dados no mundo é gerado pelo setor de saúde. O problema é que a maioria não é de fácil utilização: não é apenas um número ou um dado estruturado, mas sim texto livre, informações não estruturadas.”
Além disso, ele reforça que a proposta da empresa sempre foi auxiliar os profissionais de saúde e não substituí-los pela IA, ponto que inicialmente gerou preocupação entre investidores e colaboradores. “A gente chegou para comprar tempo e devolver tempo para essas equipes cuidarem melhor dos pacientes”, afirma.
Atualmente, a NeuralMed está presente em mais de 200 hospitais, distribuídos em 19 estados brasileiros. O plano é expandir para os estados restantes e alcançar áreas mais remotas, além do mercado público por meio do SUS, com o objetivo de auxiliar cada vez mais pacientes.
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