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Cripto

Donald Trump diz ‘de nada’ após bitcoin atingir US$ 100 mil

Publicado 05/12/2024 • 11:30

AFP

KEY POINTS

  • O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, atribuiu-se o mérito pela alta histórica do bitcoin, que superou a marca de US$ 100 mil na quarta-feira (4).
  • Aos seus seguidores nas redes sociais, ele escreveu "de nada".
  • A criptomoeda tem vivido uma forte alta desde a eleição de Trump.
Donald Trump

Donald Trump

Fotos Públicas

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, atribuiu-se o mérito ao mérito pela alta histórica do bitcoin, que superou a marca de US$ 100 mil na quarta-feira (4), dizendo aos seus seguidores nas redes sociais: “De nada”, depois que a criptomoeda subiu mais de 50% desde sua vitória eleitoral.

“Parabéns aos ‘bitcoiners’! US$ 100 mil. DE NADA! Juntos, vamos tornar a América Grande Novamente [‘Make America Great Again‘, em inglês, referência ao slogan da campanha de Trump]” escreveu o presidente eleito em sua plataforma Truth Social, que foi lançada em setembro.

O bitcoin ultrapassou os US$ 100 mil pela primeira vez após Trump nomear Paul Atkins, defensor das criptos, para chefiar a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), o que reforçou o otimismo de que o presidente eleito desregulamentará o setor.

A criptomoeda tem vivido uma forte alta desde a eleição de Trump, no dia 5 de novembro, que prometeu tornar os Estados Unidos a “capital mundial do bitcoin e das criptomoedas”.

O bitcoin atingiu o recorde de US$ 103.800,45 durante o horário de negociação na Ásia na quinta-feira (5), antes de cair novamente para menos de US$ 103 mil. Após os comentários de Trump, a cripto começou a subir novamente, alcançando US$ 103.320.

O ativo volátil disparou cerca de 140% desde o início do ano. Contudo, sua alta havia estagnado nas últimas semanas, com a moeda sendo negociada logo abaixo dos US$ 100 mil, enquanto os traders aguardavam novos impulsos para voltar a comprar.

Novo comando na SEC

Esse movimento foi desencadeado após Trump, que assumirá o cargo em janeiro, anunciar na quarta-feira que indicaria Atkins para presidir a SEC.

Atkins, comissário da SEC de 2002 a 2008, fundou em 2009 a consultoria de riscos Patomak Global Partners, cujos clientes incluem empresas dos setores bancário, de negociação e de criptomoedas.

Um comunicado da equipe de transição de Trump destacou que Atkins é co-presidente da Câmara Digital de Comércio desde 2017, uma entidade que promove o uso de ativos digitais.

“Paul é um líder comprovado para regulamentações sensatas”, disse Trump em uma declaração que enfatizou o compromisso de Atkins com mercados de capitais “robustos e inovadores”. “Ele também reconhece que os ativos digitais e outras inovações são cruciais para tornar a América mais forte do que nunca”, acrescentou Trump.

A reviravolta de Trump

Atkins substituirá Gary Gensler, que liderou uma repressão ao setor após a queda do mercado em 2022. Mesmo assim, a SEC autorizou este ano a negociação de dois novos produtos financeiros no mercado americano, permitindo que um público maior comprasse criptomoedas, chamados ETFs (fundos de índice negociados).

“O interesse institucional e as mudanças regulatórias estão dando legitimidade ao setor, transformando o que antes parecia um ativo marginal em uma força que está reformulando as finanças”, disse Matt Britzman, analista sênior da Hargreaves Lansdown. “Aprecie ou duvide, a ascensão do bitcoin está reescrevendo as regras para os ativos digitais”, acrescentou.

Embora tenha chamado as criptomoedas de “fraude” no passado, Trump mudou sua postura e tem sido um grande defensor do bitcoin durante sua campanha eleitoral.

Em setembro, ele anunciou que, junto com seus filhos e empreendedores, lançaria uma plataforma de moeda digital chamada World Liberty Financial.

Trump também se aproximou do magnata Elon Musk, que, segundo ele, lideraria um novo grupo do governo dos EUA para aumentar a eficiência federal, com o objetivo de cortar desperdícios.

Musk, fã de criptomoedas, teria desembolsado mais de US$ 100 milhões para ajudar Trump a recuperar a Casa Branca, impulsionando sua candidatura nas redes sociais, especialmente no X (antigo Twitter).

Ao reagir no X à notícia de que o bitcoin havia alcançado a marca de US$ 100 mil, Musk escreveu: “Uau”.

Expectativas

Entre as medidas esperadas com Trump no comando está a criação de uma reserva estratégica de bitcoins nos Estados Unidos, composta principalmente por tokens apreendidos pelos tribunais, o que poderia levar outros países a conceder mais legitimidade à moeda virtual.

As criptomoedas têm sido manchete desde sua criação, por sua extrema volatilidade e pelo colapso de vários gigantes do setor, como a plataforma de câmbio FTX.

“É volátil, imprevisível e é impulsionado pela especulação, nada disso faz dela um investimento que permita dormir tranquilo à noite”, disse Dan Coatsworth, analista do grupo de investimentos AJ Bell.

O bitcoin foi concebido em 2008 por uma pessoa ou grupo que usava o pseudônimo Satoshi Nakamoto. Ele foi projetado como uma forma de se libertar das instituições financeiras tradicionais, estabelecendo uma plataforma descentralizada para transações.

A moeda digital é criada – ou “minerada” – como uma recompensa quando poderosos computadores resolvem problemas complexos para validar transações em um registro à prova de interferências, conhecido como blockchain.

O bitcoin tem sido criticado há muito tempo por ser a moeda preferida para pagamentos não rastreáveis na dark web, a parte oculta da internet usada para atividades criminosas. O ativo também é frequentemente atacado por facilitar a lavagem de dinheiro e permitir extorsões por meio de ataques de ransomware.

Em setembro de 2021, o bitcoin foi aceito por El Salvador como moeda legal, embora, segundo um estudo da Universidade da América Central, em 2023, 88% dos salvadorenhos nunca tenham usado a criptomoeda.

Seu impacto ambiental também tem sido alvo de críticas, já que a mineração de criptomoedas exige enormes quantidades de energia.

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