CNBC Restaurant Brands registra crescimento de 2,5% nas vendas, impulsionado por Burger King e Popeyes

Mundo

Canadá, México e China reagem às tarifas impostas por Trump

Publicado 02/02/2025 • 08:15

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no sábado (1º) a imposição de tarifas sobre importações do Canadá, México e China, concretizando uma ameaça que vinha sendo feita há meses. A resposta dos países não demorou a chegar.
  • O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos logo após a medida de Trump.
  • O governo do México também condenou as tarifas impostas por Trump e prometeu retaliar, mas sem especificar quais medidas serão adotadas.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou no sábado (1º) a imposição de tarifas sobre importações do Canadá, México e China, concretizando uma ameaça que vinha sendo feita há meses. A resposta dos países não demorou a chegar.

Trump assinou um decreto aplicando tarifas de 25% sobre produtos importados do México e do Canadá, além de uma taxa de 10% sobre mercadorias chinesas, com início previsto para terça-feira (4). Recursos energéticos canadenses foram taxados a uma alíquota menor, de 10%, para “minimizar possíveis impactos nos preços da gasolina e do óleo para aquecimento residencial”, segundo um alto funcionário do governo.

No decreto, Trump advertiu que, caso os países afetados adotem medidas retaliatórias, os EUA poderão ampliar as tarifas já impostas.

Em uma publicação na rede social X, o presidente americano justificou a decisão alegando que os tributos foram impostos “por causa da grande ameaça de imigrantes ilegais e drogas mortais que matam nossos cidadãos, incluindo o fentanil”.

O comércio anual entre EUA, Canadá, México e China soma aproximadamente US$ 1,6 trilhão. As tarifas são vistas tanto como instrumento de barganha quanto como uma tentativa da administração Trump de pressionar mudanças nas políticas de imigração e combate ao tráfico de drogas.

A reação dos três países variou: enquanto o Canadá adotou uma postura firme e imediata, o México demonstrou cautela e a China optou por um caminho mais diplomático. Veja as respostas de cada nação:

Canadá responde com tarifas sobre produtos americanos

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre US$ 155 bilhões em produtos americanos logo após a medida de Trump.

A primeira rodada de tarifas, sobre US$ 30 bilhões em bens dos EUA, entrará em vigor na terça-feira. Outros US$ 125 bilhões em produtos serão tarifados em 21 dias, prazo concedido para que empresas canadenses busquem fornecedores alternativos.

“Nossa resposta será abrangente e incluirá itens do dia a dia, como cerveja, vinho e bourbon americanos, frutas e sucos, como suco de laranja, além de vegetais, perfumes, roupas e calçados”, disse Trudeau em coletiva de imprensa. “Também atingirá grandes bens de consumo, como eletrodomésticos, móveis e equipamentos esportivos, além de materiais como madeira e plásticos.”

Justin Trudeau.
Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá (Foto: Alex Ferro/G20).

Dirigindo-se diretamente aos cidadãos americanos, Trudeau alertou:

“Esta decisão não afeta apenas os canadenses. Terá consequências reais para vocês, o povo americano.”

As tarifas devem aumentar ainda mais os preços nos EUA e em outros mercados, impactando itens como automóveis, eletrônicos, brinquedos e alimentos.

O primeiro-ministro canadense enfatizou que ainda há espaço para negociação:

“Não precisa ser assim. Já tivemos divergências no passado, mas sempre encontramos um caminho para superá-las. Se o presidente Trump quer inaugurar uma nova era de prosperidade para os EUA, o melhor caminho é fazer parceria com o Canadá, e não nos punir”, declarou.

México promete retaliação, mas sem revelar detalhes

O governo do México também condenou as tarifas impostas por Trump e prometeu retaliar, mas sem especificar quais medidas serão adotadas.

A presidente Claudia Sheinbaum criticou a decisão americana e afirmou ter ordenado ao Ministério da Economia a implementação de um “Plano B”, que inclui ações tarifárias e não tarifárias para proteger os interesses do México.

Claudia Sheinbaum, presidente do México.
Claudia Sheinbaum, presidente do México (Foto: Maritza Ríos/Secretaria de Cultura da Cidade do México)

Em uma publicação na rede X, Sheinbaum rejeitou as alegações da Casa Branca sobre supostas ligações entre o governo mexicano e organizações criminosas.

“O México não quer confronto. Nossa base é a colaboração entre países vizinhos”, escreveu a presidente. “O México não quer que o fentanil chegue aos EUA, assim como não quer que essa droga chegue a nenhum outro lugar.”

Sheinbaum enfatizou a necessidade de cooperação entre os países, mas deixou claro que o México não aceitará submissão:

“Precisamos trabalhar juntos de maneira abrangente, mas sempre com responsabilidade compartilhada, confiança mútua e respeito à soberania, que é inegociável. Coordenação, sim; subordinação, não.”

China leva o caso à OMC e fala em ‘contramedidas necessárias’

O governo chinês anunciou que entrará com um processo contra os EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC) e que tomará “contramedidas necessárias” em resposta às tarifas impostas por Trump.

“O aumento unilateral das tarifas pelos EUA viola gravemente as regras da OMC, não resolve seus próprios problemas e prejudica a cooperação econômica e comercial normal entre China e Estados Unidos”, declarou o Ministério do Comércio da China no domingo.

O governo chinês já havia recorrido à OMC em disputas tarifárias anteriores, como no caso das tarifas da União Europeia sobre veículos elétricos chineses.

Embora tenha condenado as medidas americanas, Pequim evitou uma escalada imediata do conflito, o que gerou esperanças de que um agravamento da guerra comercial possa ser evitado. Além disso, a alíquota de 10% imposta aos produtos chineses foi vista como um alívio, já que Trump havia ameaçado tarifas de 60% durante a campanha eleitoral.

No comunicado, a China também rebateu as declarações de Trump sobre o fentanil, classificando o problema como uma “questão interna” dos EUA:

“A China insta os EUA a adotar uma abordagem objetiva e racional para resolver seus problemas internos, incluindo o fentanil, em vez de recorrer a ameaças tarifárias contra outros países.”

O fentanil, um opioide sintético altamente viciante, é responsável por milhares de mortes por overdose nos EUA a cada ano. Os precursores químicos utilizados na fabricação da droga são, em sua maioria, produzidos na China e no México. No passado, Pequim e Washington já haviam firmado acordos para cooperar no combate ao tráfico de fentanil.

Economista alerta para risco de guerra comercial global

O economista Paul Ashworth, da consultoria Capital Economics, alertou que as novas tarifas podem ser apenas o começo de uma “destrutiva guerra comercial global”.

Em nota divulgada no domingo, Ashworth afirmou que espera que a União Europeia seja o próximo alvo de tarifas nos próximos meses e que Trump implemente tarifas universais já em abril.

Para o economista, o impacto econômico será severo para todos os países envolvidos:

“Como as exportações para os EUA representam cerca de 20% do PIB do Canadá e do México, essas tarifas podem levar ambas as economias à recessão ainda este ano”, escreveu.

Além disso, ele prevê que o aumento da inflação nos EUA será mais rápido e intenso do que o esperado, devido às novas tarifas e outras medidas futuras.

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: www.timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 NAS PRÓXIMAS SEMANAS: FAST Channels: Samsung TV Plus, Pluto, TCL, LG Channels | Novos Streamings

Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.

MAIS EM Mundo