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Cidadãos da Bulgária não estão convencidos sobre a entrada do país na zona do euro
Publicado 10/06/2025 • 11:48 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 10/06/2025 • 11:48 | Atualizado há 2 dias
KEY POINTS
Zona do Euro.
Pixabay.
A Bulgária está prestes a se tornar o 21º membro da zona do euro após receber a aprovação da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu na semana passada. No entanto, nem todos estão convencidos de que essa mudança seja uma boa ideia.
O primeiro-ministro da Bulgária, Rosen Zhelyazkov, membro do partido de centro-direita GERB, fez da adesão à zona do euro uma prioridade, argumentando que isso aumentaria a estabilidade econômica e o crescimento.
No entanto, o medo de preços mais altos e a perda de independência alimentou protestos incentivados por partidos nacionalistas contra a entrada do país na zona do euro. Uma pesquisa recente da União Europeia mostrou que metade da população búlgara é contra a adoção do euro.
Economistas e especialistas debateram os riscos potenciais para a Bulgária ao entrar na zona do euro, destacando o que o país do leste europeu pode perder e ganhar com essa mudança.
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“A preocupação mais imediata é um aumento nos preços durante a troca de moeda, já que alguns comerciantes podem arredondar os preços para cima. Muitos búlgaros temem que a adesão à zona do euro possa reduzir seu poder de compra, especialmente em áreas rurais mais pobres”, disse Valentin Tataru, economista do ING que cobre a Bulgária, à CNBC.
No entanto, ele também observou que a moeda da Bulgária há muito tempo tem uma taxa de câmbio fixa com o euro e, portanto, “o aumento inflacionário de transição deve ser leve”.
A segunda preocupação principal é o que a renúncia à moeda da Bulgária, o lev, significará para a independência e soberania do país — ideais que se tornaram simbólicos, de acordo com Andrius Tursa, consultor da Europa Central e Oriental da Teneo.
“Sua substituição pelo euro pode ser percebida por partes da população como uma perda de controle nacional”, ele disse à CNBC. Além disso, há preocupações sobre a renúncia ao controle da política monetária, já que os países da zona do euro estão sujeitos às decisões do BCE, acrescentou Tursa.
Por exemplo, o Banco Nacional da Bulgária (BNB) não seria mais o único responsável por definir as taxas de juros do país com base apenas no desenvolvimento de sua economia individual.
No entanto, “os países da zona do euro se beneficiam de taxas de juros mais baixas devido à credibilidade do BCE e à redução do risco cambial”, apontou Tursa. Taxas de juros mais baixas geralmente beneficiam os tomadores de empréstimos, pois os financiamentos e hipotecas se tornam mais acessíveis.
A adesão à zona do euro e a obtenção de supervisão do BCE podem aumentar a estabilidade econômica e as perspectivas de crescimento para a Bulgária, disse Jasmin Groeschl, economista sênior para a Europa na Allianz SE, à CNBC.
O investimento estrangeiro poderia, por exemplo, aumentar, sugeriu ela, e espera-se que o produto interno bruto do país seja impulsionado pela adesão à zona do euro.
“Uma integração financeira mais profunda fortaleceria o sistema financeiro da Bulgária sob a supervisão do BCE, aumentando a estabilidade monetária”, explicou Groeschl. “Adotar o euro fortaleceria os laços da Bulgária com a UE, aumentando sua influência e credibilidade”, ela acrescentou.
Áreas-chave que sustentam a economia, como comércio e turismo, também poderiam ser apoiadas, disse Tursa da Teneo.
Muitos dos principais parceiros comerciais da Bulgária estão na UE, com a maioria de suas exportações indo para membros do bloco de 27 estados em 2023, de acordo com dados do escritório de estatísticas do país. Setores-chave incluem maquinaria e equipamentos de transporte, produtos manufaturados e alimentos.
Enquanto isso, o turismo se tornou um grande contribuinte para a economia, à medida que a Bulgária se posiciona como um destino tanto de verão quanto de inverno. Mais de 13 milhões de estrangeiros visitaram o país em 2024, mostraram estatísticas oficiais.
“A adesão da Bulgária à zona do euro facilitaria os fluxos de comércio e turismo com outros países da zona do euro, eliminando os custos e o fardo associados à conversão de moeda”, disse Tursa, acrescentando que isso seria particularmente importante devido à forte integração da Bulgária nas cadeias de suprimento da UE.
Um risco apontado por economistas e analistas são as tensões políticas em torno da adoção do euro pela Bulgária.
“A oposição pública à adoção do euro já desencadeou protestos notáveis, e, no médio prazo, a questão pode se tornar um motor chave de apoio crescente a movimentos políticos populistas e eurocéticos”, explicou Tursa da Teneo.
Mas, apesar dos protestos locais e das preocupações com a ascensão à zona do euro, pelo menos a longo prazo, os benefícios para o país superam quaisquer aspectos negativos, argumentou Groeschl da Allianz SE.
“O ponto de equilíbrio envolve perder um pouco de autonomia econômica em troca de uma integração mais profunda”, ela disse. “Embora a Bulgária perca algum controle sobre a política monetária e esteja sujeita a regras fiscais rígidas, as vantagens de maior estabilidade econômica, redução dos custos de transação e integração mais forte com o mercado da UE normalmente superariam essas desvantagens.”
Tataru do ING adotou um tom semelhante, dizendo que, como o lev já está atrelado ao euro, não deve haver um grande choque.
“A adesão ao euro é um dos passos mais estratégicos que a Bulgária pode dar para garantir prosperidade a longo prazo e uma integração europeia mais profunda”, ele disse.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.