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Publicado 14/12/2024 • 18:47
KEY POINTS
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e Jeff Bezos, fundador da Amazon, têm um histórico conturbado com Donald Trump, agora presidente eleito dos Estados Unidos. Sam Altman, CEO da OpenAI, está em uma disputa judicial acirrada com Elon Musk, um dos maiores apoiadores de Trump e que promete ter grande influência no segundo mandato do republicano.
Esses conflitos ajudam a explicar os anúncios desta semana sobre doações ao fundo de posse de Trump.
“Trump liderará nosso país na era da inteligência artificial, e estou ansioso para apoiar seus esforços para manter os EUA à frente”, disse Altman em um comunicado nesta sexta-feira (8). O executivo anunciou que fará uma doação pessoal de US$ 1 milhão para o fundo, conforme confirmado pela OpenAI.
A Meta também doou US$ 1 milhão, segundo informações divulgadas pela empresa à CNBC, semanas após Zuckerberg ter um jantar privado com Trump no resort Mar-a-Lago. A Amazon, por sua vez, planeja doar o mesmo valor, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal.
Trump, que já criticou abertamente as empresas de tecnologia, sinalizou neste mês que não hesitará em aplicar medidas antitruste. Ele indicou Gail Slater, que o aconselhou sobre políticas tecnológicas durante seu primeiro mandato, para liderar o braço antitruste do Departamento de Justiça.
“As Big Techs têm agido sem controle por anos, sufocando a concorrência em nosso setor mais inovador e, como todos sabemos, usando seu poder de mercado para reprimir os direitos de muitos americanos, além dos de pequenas empresas de tecnologia!”, escreveu Trump em 4 de dezembro na Truth Social, ao anunciar a indicação de Slater. “Tive orgulho de combater esses abusos no meu primeiro mandato, e a equipe antitruste do Departamento de Justiça continuará esse trabalho sob a liderança de Gail.”
Algumas das críticas mais ferozes de Trump no passado foram direcionadas à Amazon e à Meta.
Durante seu primeiro mandato, Trump atacou repetidamente Bezos e suas empresas, acusando a Amazon de sonegar impostos e o jornal The Washington Post de publicar “fake news”.
Além disso, culpou a Amazon pelos problemas financeiros dos Correios dos EUA, alegando que a empresa contribuiu para o déficit orçamentário da instituição ao utilizá-la para entregar pacotes.
A animosidade foi recíproca. Em 2019, a Amazon culpou os “ataques nos bastidores” de Trump pela perda de um contrato multibilionário com o Departamento de Defesa, conhecido como JEDI.
Antes da eleição de 2016, Bezos criticou o comportamento de Trump, dizendo que ele “erosiona nossa democracia”.
Quando o então candidato republicano acusou Bezos de usar o Post como um “abrigo fiscal”, o bilionário respondeu no Twitter, oferecendo “enviar Trump ao espaço” em um de seus foguetes da Blue Origin.
A Blue Origin compete com a SpaceX, de Elon Musk, por contratos governamentais. Em um evento do New York Times no dia 4 de dezembro, Bezos se mostrou otimista sobre um ambiente regulatório mais amigável no próximo governo.
“Estou muito otimista desta vez”, disse Bezos no palco. “Ele parece focado em reduzir regulamentações. Se eu puder ajudar nisso, vou ajudar.”
Trump, que já chamou Bezos de “Jeff Bozo” e apelidou o CEO da Meta de “Zuckerschmuck”, mantém um histórico conturbado com as grandes empresas de tecnologia. Após perder a eleição de 2020, ele processou Facebook, Twitter e Google, além de seus respectivos CEOs, em ações coletivas. As três empresas suspenderam as contas de Trump depois dos ataques ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
Agora, com Trump voltando à Casa Branca e estreitando laços com Musk, o restante do setor de tecnologia parece querer se aproximar. Tim Cook (Apple), Satya Nadella (Microsoft), Sundar Pichai (Google) e outros CEOs parabenizaram publicamente Trump por sua vitória em novembro.
A Microsoft se recusou a comentar se fará uma doação para a posse. Representantes da Apple e do Google não responderam aos pedidos de comentário da CNBC.
No caso da OpenAI e de Altman, as preocupações são diferentes. Altman e Musk fundaram juntos a OpenAI, que começou como uma organização sem fins lucrativos. Desde então, os dois se desentenderam publicamente, com Altman permanecendo como CEO da OpenAI e Musk fundando uma empresa rival de inteligência artificial, a xAI.
Em março, Musk processou a OpenAI e seus cofundadores, Altman e Greg Brockman, acusando-os de violar contratos e deveres fiduciários. Ele alegou que a organização foi transformada em uma entidade com fins lucrativos, controlada majoritariamente pela Microsoft, e está tentando impedir essa mudança estrutural.
Na última sexta-feira (8), a OpenAI rebateu as acusações em uma publicação intitulada “Elon Musk queria uma OpenAI com fins lucrativos”, afirmando que, em 2017, Musk “não só queria, mas efetivamente criou” um modelo de negócio com fins lucrativos para a empresa.
Altman tem outro motivo para preocupação: Musk gastou mais de US$ 250 milhões para apoiar a campanha de Trump e agora está posicionado para liderar o “Departamento de Eficiência Governamental”. Nesse cargo, Musk pode influenciar a regulação da inteligência artificial de maneiras que favoreçam seus próprios negócios.
Em 5 de dezembro, Trump anunciou que o investidor de risco e podcaster David Sacks, amigo de Musk, fará parte de sua administração como o “Czar de IA e Criptomoedas da Casa Branca”.
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