Ex-presidente uruguaio Mujica revela que câncer se espalhou e que abandonou tratamentos
Publicado 09/01/2025 • 16:43 | Atualizado há 3 meses
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Publicado 09/01/2025 • 16:43 | Atualizado há 3 meses
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O ex-presidente uruguaio José “Pepe” Mujica, de 89 anos, revelou que seu câncer de esôfago se espalhou para o fígado e disse que o avanço da doença não pode ser interrompido. As declarações foram feitas ao jornal local Búsqueda.
“O câncer no meu esôfago está colonizando meu fígado. Não consigo pará-lo com nada. Por quê? Porque sou um idoso e porque tenho duas doenças crônicas. Não posso fazer nenhum tratamento bioquímico ou cirurgia porque meu corpo não aguenta”, disse Mujica em entrevista realizada na terça-feira e publicada nesta quinta (9).
“O que eu peço é que me deixem em paz. Que não me peçam mais entrevistas ou qualquer outra coisa. Meu ciclo acabou. Sinceramente, estou morrendo. O guerreiro tem direito ao descanso”, disse.
Ex-guerrilheiro, presidente de 2010 a 2015 e uma das figuras mais emblemáticas da esquerda na América Latina, Mujica foi diagnosticado com câncer de esôfago em maio de 2024.
A médica pessoal de Mujica, Raquel Pannone, confirmou em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira que o ex-presidente tem “metástase do câncer de esôfago no fígado”.
No entanto, esclareceu que o quadro clínico do ex-presidente “é o mesmo dos dias anteriores”, sem alterações em sua vida cotidiana e nem dores. “Ele está se alimentando por via oral e pela gastrostomia que já havíamos colocado para complementar sua ingestão calórica e de nutrientes”, disse.
“Ele quer ficar tranquilo. Quer fazer o que quiser com seu tempo. E não sentir a pressão constante de ter que responder a pedidos de entrevistas ou outras coisas”, disse Pannone aos repórteres.
Na entrevista com Búsqueda, o ex-presidente disse que está tomando as providências necessárias para ser enterrado no jardim de sua humilde casa, no Cerro de Montevidéu, ao lado de sua cadela Manuela, sob uma árvore que ele mesmo plantou.
“Vou morrer aqui. Tem uma sequoia grande lá fora. Manuela está enterrada lá. Estou preenchendo a papelada para que eles possam me enterrar lá também. E é isso”, afirmou.
Apesar da doença, Mujica continuou ativo nos últimos meses na campanha presidencial, vencida por seu sucessor da Frente Ampla, Yamandú Orsi, e dando entrevistas à imprensa.
No início de dezembro, ele recebeu os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro, que lhe concederam as mais altas honrarias de seus respectivos países.
“O que eu quero é me despedir dos meus compatriotas. É fácil ter respeito por aqueles que pensam como você, mas você tem que aprender que a base da democracia é o respeito por aqueles que pensam diferente. Por isso, a primeira categoria são meus compatriotas e eu me despeço deles. Dou um abraço em todos eles”, disse Mujica.
Casado com sua companheira de militância, a ex-vice-presidente e senadora Lucía Topolansky, Mujica passou 13 anos na prisão em condições desumanas, a maioria deles durante a ditadura militar (1973-1985).
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