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Para enfrentar EUA e China, Coreia do Sul desenvolve modelo nacional de IA

Publicado 08/08/2025 • 07:49 | Atualizado há 3 horas

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Redação CNBC

KEY POINTS

  • A Coreia do Sul encarregou suas empresas de tecnologia de criar um modelo nacional de IA.
  • O projeto contará com tecnologias sul-coreanas, desde semicondutores até software.
  • O país quer criar uma indústria de IA quase autossuficiente e posicionar sua tecnologia como uma alternativa à China e aos EUA
Seul, capital da Coreia do Sul é abriga as maiores empresas nacionais de tecnologia

Seul, capital da Coreia do Sul é abriga as maiores empresas nacionais de tecnologia

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A Coreia do Sul encarregou algumas de suas maiores empresas e startups promissoras de construir um modelo nacional de inteligência artificial (IA) fundamental usando principalmente tecnologia nacional, em uma rara iniciativa para manter o país no mesmo ritmo dos EUA e da China.

O projeto contará com tecnologias sul-coreanas, desde semicondutores até software, enquanto Seul busca criar uma indústria de IA quase autossuficiente e se posicionar como uma alternativa à China e aos EUA.

O Ministério da Ciência e TIC (MSIT) sul-coreano anunciou que cinco consórcios foram selecionados para desenvolver os modelos. Um deles é liderado pela SK Telecom, gigante das telecomunicações da Coreia, e inclui a empresa de jogos Krafton e a startup de chips Rebellions, entre outras empresas.

Há outras equipes lideradas por algumas empresas importantes do país, incluindo LG e Naver.

“Estamos passando por um momento importante em termos de desenvolvimento tecnológico. Portanto, a Coreia, em nível nacional, está se concentrando em garantir que estabeleçamos a base técnica para nossa competitividade”, disse Kim Taeyoon, chefe do escritório de modelos de base da SK Telecom, que também lidera o consórcio da empresa, à CNBC.

“A Coreia tem muitas entidades que se destacariam na criação de uma grande indústria de IA. E podemos ver claramente a possibilidade de sermos muito capazes de criar uma boa combinação de IA”, acrescentou Kim.

Uma “pilha” refere-se a várias tecnologias que compõem um produto ou outra tecnologia.

O forte da Coreia do Sul

A iniciativa visa aproveitar a posição estratégica de algumas empresas da Coreia do Sul e a tecnologia que elas desenvolvem, cruciais para a IA.

Por exemplo, a SK Hynix fabrica memória de alta largura de banda (HBM), essencial para os produtos da Nvidia. A Samsung também é outra grande empresa de memória. A SK Telecom vem expandindo seus negócios para data centers. Já a Rebellions, que faz parte do consórcio da SKT, está desenvolvendo chips projetados para lidar com cargas de trabalho de IA.

Enquanto isso, a Samsung tem seu próprio negócio de fabricação de chips, também conhecido como fundição.

“Isso significa que o país possui todo o conjunto de IA, desde chips até a nuvem e modelos de IA, e também se beneficia de uma comunidade robusta de pesquisadores avançados de IA que estão publicando artigos ativamente e garantindo patentes”, disse Nick Patience, líder de prática de IA no The Futurum Group, à CNBC.

Dadas as complexidades das cadeias de suprimentos de tecnologia, nenhum país consegue fazer isso sozinho. Os consórcios continuarão a contar com unidades de processamento gráfico (GPUs) da empresa norte-americana Nvidia, que se tornaram o padrão ouro para treinamento de modelos de IA.

Enquanto isso, a SK Telecom treinará os modelos que desenvolve em seu próprio supercomputador Titan, composto por GPUs Nvidia, bem como um centro de dados de IA que a empresa está desenvolvendo com a Amazon.

Roteiro do modelo de IA

A SK Telecom não é novata no ramo de modelos de IA. A empresa lançou uma versão beta do seu primeiro chatbot, baseado em seu próprio modelo de linguagem de grande porte, em 2022, chamado “A”, que se pronuncia “A dot”. Desde então, desenvolveu versões mais avançadas do modelo e do chatbot.

O consórcio da SK Telecom planeja lançar seu primeiro modelo até o final do ano, disse Kim. Inicialmente, o foco será o mercado sul-coreano, mas poderá ser usado globalmente. 

O modelo será de código aberto, o que significa que será gratuito para desenvolvedores usarem e desenvolverem, possivelmente com alguns requisitos de licenciamento.

Qualquer modelo de IA que venha do projeto da Coreia do Sul enfrentará intensa competição de empresas como OpenAI e Anthropic, bem como muitas das fortes ofertas de código aberto de empresas chinesas como Alibaba.e DeepSeek.

Criar um modelo de IA não será um problema, dado o histórico comprovado da SK Telecom e de outras empresas nesse sentido.

O maior desafio será apresentar modelos que possam competir com aqueles vindos de laboratórios de IA de ponta, que estão investindo bilhões de dólares em pesquisa e desenvolvimento. 

Outra questão será conseguir que os desenvolvedores se baseiem nesses modelos. Foi isso que tornou outros modelos de código aberto, como os do Alibaba, um sucesso.

Kim, da SK Telecom, disse que o objetivo é criar modelos que possam rivalizar com essas outras empresas.

“Nosso primeiro objetivo é criar um modelo de código aberto de última geração muito forte e já temos um exemplo desses modelos de código aberto que estão no mesmo nível em termos de desempenho de grandes empresas de tecnologia como OpenAI ou Anthropic”, disse Kim à CNBC.

Ele acrescentou que haverá modelos de diferentes tamanhos que poderão ser usados por diferentes indústrias.

Um modelo nacional de IA de código aberto também poderia trazer benefícios ao dar às empresas de todo o país acesso às tecnologias mais recentes sem precisar depender de um gigante da tecnologia do exterior.

Enquanto isso, os modelos de IA sul-coreanos podem ser posicionados como uma alternativa aos sistemas desenvolvidos pelos EUA e pela China.

“Além dos benefícios domésticos, um modelo comprovado de IA soberana apresenta um potencial significativo de exportação. Assim como a Coreia se destacou em chips de memória, este pode se tornar um produto valioso para outras nações que buscam alternativas aos sistemas americano ou chinês, fortalecendo a posição da Coreia no cenário global de IA”, disse Patience.

Soberania da IA

Por trás desse impulso da Coreia do Sul está o conceito de “IA soberana”, que ganhou força em muitas nações.

Essa é a noção de que modelos e serviços de IA, que os governos consideram de importância estratégica, devem ser desenvolvidos em um país e executados em servidores localizados internamente.

“Todas as principais nações estão cada vez mais preocupadas com a soberania da IA, enquanto os EUA e a China competem pelo domínio da IA”, disse Patience, do Futurum Group.

“Dada a crescente influência da IA em setores críticos como saúde, finanças, defesa e governo, os países não podem se dar ao luxo de ceder o controle de sua inteligência digital a entidades estrangeiras.”–

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