Wall Street está ansiosa para ouvir os primeiros comentários públicos do CEO da Apple, Tim Cook, sobre as tarifas
Publicado 30/04/2025 • 10:10 | Atualizado há 4 semanas
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Publicado 30/04/2025 • 10:10 | Atualizado há 4 semanas
KEY POINTS
O CEO da Apple, Tim Cook, posa enquanto a Apple realiza um evento no Steve Jobs Theater em seu campus em Cupertino, Califórnia, em 9 de setembro de 2024.
Manuel Orbegozo | Reuters (Reprodução CNBC Internacional)
A parte mais esperada dos resultados da Apple nesta quinta-feira (1/5) não serão as vendas do iPhone nem as previsões para o Mac — serão os comentários do CEO Tim Cook sobre como a empresa está lidando com as tarifas do presidente Donald Trump.
A Apple é uma das empresas mais expostas às tarifas de Trump e à retaliação esperada. Ela gera cerca de três quartos de sua receita total com produtos físicos — iPhones, Macs e Apple Watches — fabricados principalmente na China ou em outros países da Ásia. E os EUA são seu maior mercado.
“É a forma como a Apple responde a ‘todo o resto’ que vai definir o tom do sentimento pós-divulgação de resultados”, escreveu o analista Erik Woodring, do Morgan Stanley, em nota na segunda-feira (28).
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Ele mantém uma recomendação de compra para a ação e quer ouvir o que Cook e o diretor financeiro da Apple, Kevan Parekh, têm a dizer sobre como a empresa está mitigando os riscos da cadeia de suprimentos e das tarifas, se a Apple vai repassar os custos aos preços ou absorvê-los, e qual o estado da relação de Cook com Trump e o presidente chinês Xi Jinping.
A Apple não comentou as tarifas pesadas que Trump anunciou em 2 de abril para todos os países do mundo, mas essas tarifas representam uma ameaça séria à cadeia de suprimentos da fabricante do iPhone e fizeram o preço das ações da empresa cair 9%.
“Estamos monitorando a situação e não temos mais nada a acrescentar, além disso”, disse Cook durante a teleconferência de resultados da Apple em janeiro. Esses foram os comentários mais recentes da empresa sobre a política comercial de Trump.
A Apple talvez seja o exemplo de maior destaque de uma empresa atingida pela guerra comercial de Trump.
É a empresa americana mais valiosa, centenas de milhões de americanos possuem iPhones, e Cook construiu sua reputação no Vale do Silício como um especialista em operações, conhecido por manter o estoque da Apple baixo e sua logística eficiente.
Mas Apple e Cook permaneceram discretos em público, mesmo enquanto autoridades do governo Trump pediam que a empresa transferisse a produção de iPhones para os EUA, imaginando milhões de americanos “parafusando parafusinhos” para montar os aparelhos.
A Casa Branca sugeriu que a Apple teria capacidade de fabricar iPhones nos EUA — algo que muitos analistas consideram, na pior das hipóteses, impossível, e na melhor, resultaria em um iPhone de US$ 3.500.
“Eu falo com Tim Cook. Eu ajudei Tim Cook, recentemente, e todo aquele negócio”, disse Trump em uma coletiva no Salão Oval no início deste mês, após ele adiar as tarifas mais altas sobre países que não a China por 90 dias. A decisão impulsionou as ações da Apple. Segundo Trump, Cook mantém uma linha de comunicação com o governo desde seu primeiro mandato.
Agora é hora de ouvir a própria Apple.
As tarifas são um tema relevante que acabará afetando os resultados financeiros da empresa. A TD Cowen prevê que as tarifas atuais custarão à Apple cerca de 6% de seu lucro anual este ano. A Apple reportou cerca de US$ 94 bilhões em lucro em seu ano fiscal de 2024.
Não são apenas os investidores que querem entender o que a Apple está pensando — a senadora Elizabeth Warren, democrata de Massachusetts, questionou Cook sobre o que ele discutiu com o governo Trump antes da decisão do presidente de suspender as tarifas sobre países que não a China.
O preço das ações da Apple permanece abaixo do nível de 2 de abril, embora analistas digam que a suspensão das tarifas dá à empresa alguma margem de manobra para evitar as tarifas mais altas, graças às suas operações de produção na Índia e no Vietnã.
Vários relatórios recentes apontam que a Apple tentará obter o maior número possível de iPhones da Índia — que enfrenta apenas uma tarifa de 10% — para evitar a tarifa máxima de 145% sobre produtos vindos da China. Mas, embora a Apple venha ampliando a produção de iPhones na Índia desde 2017, a empresa só recentemente começou a enviar quantidades comercialmente significativas, e ainda não confirmou oficialmente essa mudança nem falou sobre sua capacidade de produção no país.
“Embora seja possível que toda a capacidade da Índia — 25 milhões de unidades — seja alocada aos EUA no curto prazo, achamos que pode levar cerca de um ano para que a produção dobre para 50 milhões no total”, escreveu o analista da TD Cowen, Krish Sankar, na segunda-feira, acrescentando que a Apple deve vender entre 65 milhões e 70 milhões de iPhones nos EUA este ano.
A Apple se recusou a comentar sobre o fornecimento de iPhones para os EUA a partir da Índia.
Outro indicador que será observado de perto será a receita da Apple na China, o que pode indicar se o nacionalismo crescente afetará as vendas do iPhone no terceiro maior mercado da empresa, que inclui Hong Kong e Taiwan.
Alguns analistas observaram que os consumidores de smartphones na China tendem a trocar mais de marca do que os consumidores ocidentais. Há preocupação de que agora esses consumidores chineses sigam a orientação de autoridades e da mídia local e optar por marcas chinesas, como os celulares da Huawei.
Dipanjan Chatterjee, analista principal da Forrester, disse que, se a Apple decidir transferir grande parte da produção da China, terá que considerar se isso pode desagradar o consumidor chinês.
“Se a Apple for tirar a produção da China, isso não vai ser bem recebido naquele mercado”, disse Chatterjee. “Eles vão se proteger. Você vai ver muito discurso, pequenas mudanças e não muita ação de fato.”
Analistas consultados pela FactSet esperam que a Apple divulgue lucro por ação de US$ 1,62 sobre US$ 94,19 bilhões em vendas — o que representaria um aumento de quase 4% na receita em relação ao ano anterior.
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Este conteúdo foi fornecido pela CNBC Internacional e a responsabilidade exclusiva pela tradução para o português é do Times Brasil.