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Relação tóxica no trabalho pode causar doenças físicas e afastar funcionários
Publicado 06/10/2025 • 18:44 | Atualizado há 2 dias
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Publicado 06/10/2025 • 18:44 | Atualizado há 2 dias
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Ambientes de trabalho problemáticos vão além do desgaste emocional e impactam diretamente a saúde do corpo, com prejuízos bilionários e aumento nas licenças médicas.
Nos últimos anos, a relação entre saúde física e ambiente de trabalho tornou-se ainda mais evidente. Dores recorrentes, insônia, crises de ansiedade, problemas gastrointestinais, queda na imunidade e até doenças autoimunes aparecem cada vez mais como consequência direta de um ambiente profissional tóxico. O corpo reage ao local onde vivemos — e, no trabalho, os impactos são profundos. Métodos de gestão baseados em pressão constante, falta de reconhecimento, reuniões hostis e cobranças excessivas geram estresse crônico, capaz de afetar não só o equilíbrio emocional, mas também a saúde física.
Essa situação vai além das consultas médicas. Dados recentes confirmam a gravidade do quadro: segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), problemas de saúde mental entre trabalhadores afetam cerca de 15% da população economicamente ativa, gerando custos globais de aproximadamente US$ 1 trilhão por ano e 12 bilhões de dias de trabalho perdidos.
No Brasil, o Ministério da Previdência Social aponta que os afastamentos por transtornos mentais praticamente dobraram na última década — de pouco mais de 200 mil em 2014 para 440 mil em 2024. Além disso, pesquisas nacionais mostram que 67% dos entrevistados sentem o estresse presente em sua rotina profissional e 57% consideram que seus líderes não estão preparados para lidar com saúde mental. Muitas vezes, não é uma doença clínica que explica os sintomas, mas sim o ambiente em que o trabalhador está inserido.
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Mudar esse cenário exige uma postura ativa das empresas. A criação de um ambiente saudável começa pela preparação de líderes empáticos, com escuta ativa e comunicação respeitosa. Não basta oferecer ações isoladas de bem-estar — é necessário consolidar uma cultura de respeito, acolhimento e valorização das pessoas.
A saúde no trabalho deve ser abordada de forma integrada, com equipes multidisciplinares que reúnam profissionais de saúde e de recursos humanos para estratégias conjuntas. Práticas como promover pausas regulares, respeitar horários de descanso e incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional mostram resultados concretos no bem-estar físico e emocional.
É fundamental que cada trabalhador esteja atento aos sinais do próprio corpo. Dificuldade para dormir, ansiedade antes do expediente, problemas digestivos sem explicação, sensação de cansaço constante e queda da imunidade são alertas que precisam ser observados. Ignorar esses indícios pode levar a situações mais graves, como depressão, exaustão extrema ou doenças autoimunes.
Buscar ajuda médica e psicológica deve andar junto de atitudes preventivas diárias, como dormir bem, se alimentar de forma equilibrada, praticar atividades físicas e estabelecer limites claros entre trabalho e vida pessoal.
Dr. Marco Aurélio Bussacarini
Graduado em Medicina pela UNICAMP e especialista em Medicina Ocupacional pela USP. Fundador e CEO da Aventus Ocupacional.
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