Vorcaro afirma à PF que Master era ‘solvente’ até a liquidação e que foi ‘surpreendido’ pela decisão do Banco Central

O ex-banqueiro Daniel Vorcaro afirmou nesta terça-feira (30), em depoimento à Polícia Federal que o Banco Master, de sua propriedade, era solvente até a data de sua liquidação pelo Banco Central, no dia 18 de novembro último. Ele disse ter sido surpreendido pela decisão tomada contra o banco.

No depoimento, determinado pelo ministro Dias Toffoli, do STF, Vorcaro negou ter cometido qualquer irregularidade na gestão do Master. Ele respondeu a todas as perguntas da delegada Janaína Palazzo, que foi responsável pelo pedido de prisão contra o ex-banqueiro feito no mês passado, quando Vorcaro foi preso, ao embarcar para uma viagem para o exterior.

Vorcaro disse que a liquidação impediu a venda do banco para um fundo de investidores dos Emirados Árabes, que havia sido anunciada ao Banco Central no dia anterior. A negociação, segundo ele, seria uma solução do mercado para resolver as dificuldades financeiras do Master.

O ex-banqueiro se defendeu sobre a venda de R$ 12,2 bilhões em falsas carteiras de crédito consignado ao Banco de Brasília (BRB). Em sua defesa, Vorcaro afirmou que a operação não causou prejuízo ao banco público porque o Master permitiu a troca das carteiras por outros ativos de seu portfólio.

Ele disse ainda que fez aportes pessoais de R$ 6 bilhões durante a crise de liquidez do Master e que o banco não teve inadimplência nem deixou de cumprir seus compromissos até então.

Leonardo Fuhrmann

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