A fortuna de Walter Salles tem origem em Minas Gerais. A família Moreira Salles tem origem no Sul do estado mineiro, com João Theotônio Moreira Salles, avô do cineasta. Nascido em Cambuí em 1888, João iniciou sua trajetória ao trabalhar no comércio de seu tio.
Com o tempo, ele comprou o negócio e se estabeleceu como correspondente bancário, fornecendo crédito aos produtores locais. Sua atuação inicial foi voltada para o café, principal produto da região, oferecendo insumos durante a safra e crédito durante a entressafra.
Esse modelo de negócios ajudou João a expandir suas operações comerciais e financeiras.
Em 1918, João se mudou para Poços de Caldas, cidade em crescimento econômico devido ao turismo e aos cassinos. Na cidade, ele fundou o armazém “Casa Moreira Salles” e estabeleceu um correspondente bancário.
Em 1924, ele obteve autorização para atuar como instituição financeira, criando o Banco Moreira Salles. Durante os anos seguintes, a família diversificou seus investimentos para áreas como telefonia e energia elétrica, além de se envolver com a exportação de café.
A expansão do banco foi consolidada na década de 1930, quando Walther Moreira Salles, filho de João, assumiu a administração aos 18 anos e iniciou a fusão com outras instituições financeiras, criando um banco de maior porte, que mais tarde, tornou-se o Unibanco. Em 2008, o Unibanco se fundiu com o Itaú, formando o Itaú Unibanco.
A fortuna da família se expandiu para outros setores, com participação na Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por 75% do nióbio mundial, e em plantações de café e laranja.
Em 1992, Walter Salles fundou o Instituto Moreira Salles em Poços de Caldas, que se tornou um centro cultural, reforçando o legado da família também no setor cultural.
Atualmente, a fortuna da família Moreira Salles é avaliada em R$ 127,4 bilhões, com Walter Salles figurando entre os mais ricos do Brasil e é considerado o terceiro cineasta mais rico do mundo, superado apenas por George Lucas e Steven Spielberg.
‘Ainda Estou Aqui’ supera recordes do próprio diretor
O filme “Ainda Estou Aqui“, dirigido por Walter Salles, se tornou o maior sucesso de bilheteira de sua filmografia no Brasil, alcançando mais de 5 milhões de ingressos vendidos.
Com esse feito, o longa superou “Central do Brasil“, anteriormente o filme brasileiro mais assistido da carreira de Salles, que atingiu pouco mais de 1,5 milhão de espectadores.
A produção, que também arrecadou R$ 104,6 milhões até o dia 27 de fevereiro, ocupa a quinta posição entre os filmes mais lucrativos da história do cinema brasileiro, em valores nominais, sem correção pela inflação.
Em termos de arrecadação internacional, o filme também obteve bons números, com estimativas da plataforma Box Office Mojo indicando uma receita de US$ 27,4 milhões.
Esse valor coloca “Ainda Estou Aqui” entre os filmes de maior sucesso de Salles no mercado global, se aproximando da arrecadação de “Cidade de Deus”, recordista brasileiro.
O sucesso nas bilheteiras foi impulsionado por uma campanha eficaz em premiações, incluindo vitórias no Prêmio Goya e Globo de Ouro, além de sua indicação ao Oscar 2025, nas categorias de Melhor Filme Internacional, Melhor Filme e Melhor Atriz para Fernanda Torres.
“Ainda Estou Aqui” não só se destacou nas bilheteiras como também contribuiu para consolidar a carreira de Walter Salles e de Fernanda Torres, que foi aclamada por sua atuação.
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