O braço imobiliário do Grupo Carrefour Brasil está mapeando espaços disponíveis de Área Bruta Locável (ABL) para expandir os negócios nas operações da gigante varejista. Batizado de Carrefour Property, a empresa administra mais de 250 galerias comerciais, com mais de 3,2 mil lojistas, em 20 estados e 130 municípios.
O Property tem ainda três shoppings — são eles o Butantã Shopping, o Jardim Pamplona Shopping e o Paseo Alto das Nações, todos em São Paulo. Juntas, as operações somam mais de 377 mil metros quadrados de ABL.
À AGÊNCIA DC NEWS, a diretora de gestão imobiliária, Fernanda Ferrari, afirmou que o foco agora é identificar onde há espaço para crescer. “Buscamos lugares vazios dentro de unidades do Carrefour, Atacadão e Sam’s Club.” Nessa toada, até os estacionamentos estão sendo avaliados como potenciais espaços para locação.
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As potenciais marcas parceiras são diversas. Ainda assim, alimentação, perfumaria, lotérica e academias estão entre as mais buscadas. As ativações também podem ser variadas, com lojas, quiosques, ações promocionais, eventos e mídia dentro dos empreendimentos.
Tudo isso, segundo a executiva, varia de acordo com a região, comportamento de compra e público atingido em cada uma das unidades do Grupo Carrefour. Atualmente o grupo possui 964 lojas, sendo 523 do Carrefour; 383 do Atacadão e 58 do Sam’s Club, o que exige uma força-tarefa da empresa para realizar pesquisas para entender o perfil do cliente de modo individual.
Para acelerar o processo, a empresa tem adotado soluções de Inteligência Artificial para mapear fluxo, perfil, tíquete médio e principais demandas em cada uma das unidades e preparar um mix de loja que supra as expectativas dos clientes.
Apesar das variações regionais, algumas marcas são queridinhas em quase todas as operações. O Boticário, McDonald’s, Burger King e Giraffas são, em geral, redes de franquias que aparecem em todas as unidades. Para a diretora de gestão imobiliária, a aposta do Grupo Carrefour tem se mostrado assertiva e o incremento é constante.
“Buscamos rentabilizar espaços ociosos em hipermercados e atacados com operações de container e outros formatos.” O grupo estuda até transformar os estacionamentos em áreas com maior oferta de produtos e serviços. “Pensamos em quiosques nas entradas de lojas, buscando opções rápidas, de baixo custo e ecologicamente corretas.”
Presente desde 2012 no país, o braço imobiliário cresceu em 2021, com a incorporação do Grupo BIG, quando o Grupo Carrefour passou a ter no portfólio mais de 18 milhões de metros quadrados de área de terreno e mais de 430 imóveis próprios.
De acordo com Ferrari, a proposta do Property surge da percepção da demanda do mercado por espaços em galerias comerciais. “O objetivo é garantir que as operações sejam bem-sucedidas e complementem o negócio”, disse, “priorizando segmentos que agreguem valor e atraiam fluxo.”
Além disso, a diretora afirma que a segurança e estacionamento oferecidos para o lojista são pontos importantes para chamar novos franqueados. “As marcas estão demonstrando interesse crescente e querem operar dentro das unidades.” O movimento de expansão de galerias em supermercados não é só do Carrefour. Conforme levantamento da Associação Brasileira de Franchising (ABF), as operações de franquias baseadas em supermercados saíram de 3,3% de share em 2020 para 6,6% no primeiro trimestre deste ano.
A receita extra gerada pelos aluguéis, em alguns pontos, tem se mostrado fundamental para a manutenção da operação do próprio Grupo Carrefour. “Podemos ratear despesas como IPTU e limpeza.” Ferrari diz que, de maneira geral, essas parcerias oferecem diminuição nos custos de manutenção do espaço para as unidades do Grupo Carrefour, e que, para o bom funcionamento da galeria, eles podem adaptar o valor do aluguel para ajustar a oferta de serviços e produtos às necessidades da região em questão. “É importante personalizar o plano de mix para cada unidade, considerando o tamanho e a cultura local.”
Para a franquia, a executiva afirma que, além da segurança comparada à loja de rua, outro fator decisivo é o fluxo de pedestres para a instalação de praças de alimentação. E a forma como eles elaboram esses espaços também é única. “Consideramos se faz mais sentido uma praça de alimentação, restaurantes em galerias ou churrascarias em estacionamentos”, afirmou.
Ainda nas diferenças regionais, Ferrari diz que pontos de vendas do Sul têm no mix tabacarias enquanto no Sudeste a preferência é por lavanderias. “Isso é importante para a comercialização eficaz e a satisfação do cliente que compra com frequência.” Ela afirma que os espaços se tornaram minishoppings com foco em serviços e consumo rápido.
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