‘A COP30 precisa ser a conferência da implementação’, diz CEO da Siemens Energy

A Siemens Energy pretende aproveitar a COP30, em Belém (PA), para reforçar a importância da transição energética e mostrar soluções concretas para acelerar a descarbonização global. Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC nesta quinta-feira (23), o CEO da companhia, André Clark, destacou que o encontro será um marco para a implementação de compromissos climáticos assumidos em conferências anteriores.

“Esta é uma COP de implementação. Nós temos as ferramentas e tecnologias para essa fase, como aerogeradores, biocombustíveis, turbinas, baterias e transmissão de energia. Vamos mostrar casos concretos que já estão acontecendo”, afirmou Clark, ressaltando o Brasil tem papel estratégico na agenda climática por sua matriz majoritariamente renovável e pela capacidade de desenvolver soluções tecnológicas para o setor.

O executivo avaliou que a transição energética ainda não ocorreu de forma efetiva. “O que houve foi uma adição energética. O mundo adicionou fontes renováveis sobre uma base ainda altamente carbonizada. O consumo global de energia segue crescendo, impulsionado pela digitalização, data centers e aumento do uso de ar-condicionado”, explicou. Para Clark, é necessário “fazer muito mais e em maior escala” para garantir a descarbonização.

Durante a cúpula, a Siemens Energy vai apresentar tecnologias de geração a partir de hidrogênio e etanol, além de iniciativas voltadas à descarbonização da própria indústria de petróleo. Clark também anunciou que, em vez de levar uma grande delegação à COP, a empresa destinou cerca de R$ 2 milhões ao Instituto Federal do Pará para a formação de mais de 200 jovens em empregos verdes. “Queremos que esta COP deixe um legado, e esse legado é sobre empregos da transição energética”, afirmou.

O CEO ressaltou ainda o papel do Brasil como um “powerhouse” de energia limpa e destacou o potencial da América Latina para atrair investimentos no setor. “O mundo busca estabilidade e cooperação. O Brasil acredita em multilateralismo, paz, comércio justo e sustentabilidade — e isso o coloca no centro da agenda global de energia”, concluiu.

Naty Falla

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