Copom eleva a Selic em 1 ponto percentual para 13,25% ao ano
Publicado qua, 29 jan 2025 • 6:43 PM GMT-0300 | Atualizado há 17 dias
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Publicado qua, 29 jan 2025 • 6:43 PM GMT-0300 | Atualizado há 17 dias
KEY POINTS
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, de 12,15% para 13,25% ao ano. Essa é a primeira decisão sob o novo comando do presidente do BC, Gabriel Galípolo.
O mercado já esperava esse aumento. No comunicado da última reunião, em dezembro, o Copom informou que elevaria os juros básicos em 1 ponto percentual nas reuniões de janeiro e de março.
Segundo o comitê, o agravamento das incertezas externas e os ruídos provocados pelo pacote fiscal do governo no fim do ano passado justificam o aumento dos juros básicos no início de 2025.
A taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado.
Segundo o último boletim Focus, a estimativa de inflação para 2025 subiu de 4,96% há quatro semanas para 5,5%.
Segundo o Banco Central, essa decisão também implica “suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, sem prejuízo ao seu objetivo fundamental de garantir a estabilidade de preços.
O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação acumulada em 12 meses no fim do terceiro trimestre de 2026, que agora é o horizonte relevante da política monetária. A estimativa subiu de 3,8% para 4,00% no cenário de referência, aproximando-se ainda mais do teto da meta, de 4,5%.
O resultado indica que a trajetória da taxa Selic embutida no relatório Focus – com alta dos juros a 15% no fim do ciclo, em maio, e sem cortes ao longo de 2025 – seria insuficiente para fazer a inflação convergir ao centro da meta, de 3%, no período de seis trimestres observado pelo BC.
“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião”, diz o comunicado.
Todas as variáveis observadas pelo comitê se deterioraram entre a sua reunião anterior, de dezembro, e a decisão anunciada nesta noite. As expectativas do mercado para a inflação de 2025 e 2026 subiram de 4,59% para 5,50% e de 4,0% para 4,22%, respectivamente. A taxa de câmbio usada nas estimativas do Copom subiu de R$ 5,95 para R$ 6,0.
As projeções de inflação do comitê aumentaram em todo o horizonte. A estimativa para 2025 subiu de 4,5% para 5,2%, já acima do teto da meta, de 4,50%. O BC não divulgou projeção de IPCA para fim de 2026.
Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC), a trajetória de Selic embutida no relatório Focus e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente.
Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2025 (4,5% para 5,2%) e o terceiro trimestre de 2026 (3,6% para 3,8%). A projeção para os preços administrados passou de 4,5% para 5,2% este ano e 4,4% para 4,6% no horizonte relevante.
“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, diz o texto do Copom.
O colegiado ainda frisou que segue acompanhando com atenção os desenvolvimentos da política fiscal e seus impactos sobre a política monetária e ativos financeiros. “A percepção dos agentes econômicos sobre o regime fiscal e a sustentabilidade da dívida segue impactando, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes”, frisou o comunicado.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou uma nota na qual critica o aumento da taxa.
“Com a decisão, o Banco Central mostra que continua ponderando equivocadamente os fatos econômicos mais relevantes do cenário atual, principalmente no que diz respeito ao quadro fiscal e à desaceleração da atividade do país”, diz o presidente Ricardo Alban no texto.
A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) também divulgou nota, na qual afirma que “alerta que essa decisão agrava os desafios econômicos, encarece o crédito, desestimula investimentos e pressiona o orçamento de empresas e famílias”.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.
Ao reduzir a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Pelo novo sistema de meta contínua em vigor a partir deste mês, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.
No modelo de meta contínua, a meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12 meses. Em janeiro de 2025, a inflação desde fevereiro de 2024 é comparada com a meta e o intervalo de tolerância. Em fevereiro, o procedimento se repete, com apuração a partir de março de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.
No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de dezembro pelo Banco Central, a autoridade monetária manteve a previsão de que o IPCA termine 2025 em 4,5%, mas a estimativa pode ser revista, dependendo do comportamento do dólar e da inflação. O próximo relatório será divulgado no fim de março.
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