Se a eleição presidencial fosse realizada hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria em todos os cenários testados pelo instituto Datafolha, incluindo disputas diretas contra Jair Bolsonaro (PL), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Michelle Bolsonaro (PL). A pesquisa, divulgada neste sábado (5), mostra que o petista mantém a dianteira mesmo diante de um ambiente político polarizado.
No principal cenário de primeiro turno testado, Lula aparece com 38% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, com 27%. Em terceiro lugar está Ciro Gomes (PDT), com 7%, à frente de Michelle Bolsonaro, que pontua 6%. Tarcísio de Freitas registra 5%, e a senadora Simone Tebet (MDB), 3%. Os votos brancos e nulos somam 10%, enquanto 4% dos entrevistados disseram estar indecisos.
Mesmo inelegível após condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro foi incluído na pesquisa para simular um possível cenário de reversão judicial ou mudança na conjuntura política. A simulação de segundo turno entre Lula e Bolsonaro mostra o petista com 51% dos votos, contra 37% do ex-presidente. Outros 10% votariam branco ou nulo, e 2% estão indecisos.
Em outro cenário testado, sem Jair Bolsonaro na disputa, Michelle Bolsonaro surge como nome alternativo à direita, mas registra apenas 18% contra 45% de Lula. Tarcísio de Freitas também é testado como candidato principal da direita e obtém 20%, enquanto Lula alcança 44% nesse cenário.
A pesquisa mostra ainda que, entre os eleitores mais jovens (16 a 24 anos), Lula tem desempenho superior: 46% contra 21% de Bolsonaro. Entre os mais ricos, o ex-presidente aparece com 43%, superando Lula, que tem 30% nesse segmento.
A coleta de dados ocorreu entre os dias 3 e 4 de abril de 2025 e ouviu 2.002 eleitores em 147 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Reação dos aliados
Nos bastidores, aliados de Lula veem os números como reflexo da retomada econômica e do discurso de reconstrução institucional do governo. Já interlocutores do campo bolsonarista dizem que a manutenção da inelegibilidade do ex-presidente pode forçar a direita a acelerar a escolha de um nome viável, ainda em 2025.
A pesquisa também servirá como termômetro para negociações partidárias e a consolidação de nomes alternativos. O centro ainda busca uma candidatura capaz de romper a polarização, mas nomes como Simone Tebet e Ciro Gomes seguem com desempenho tímido.
Panorama
A pouco mais de um ano e meio do pleito de 2026, a liderança de Lula nas intenções de voto confirma sua força política, mas também revela o desafio da oposição em construir um nome competitivo. O desempenho de figuras como Michelle Bolsonaro e Tarcísio de Freitas indica que a direita ainda não consolidou um sucessor natural de Bolsonaro com apelo nacional.
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