Mesmo com variação discreta, Ibovespa B3 quebra, de novo, recordes históricos em semana marcada por decisões de juros

O Ibovespa B3 encerrou a sexta-feira (19) com uma leve alta, mas renovou a máxima de fechamento, aos 145.865,11 pontos, em alta de 0,25%, acumulando ganhos depois de uma semana intensa para os mercados, marcada pelas decisões de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Copom.

O índice também alcançou o recorde intradiário, batendo 146.377,47 pontos às 10h15 (horário de Brasília), sustentado pelo otimismo com o início do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos e pela leitura mais cautelosa da política monetária no Brasil.

Apesar da valorização, o pregão desta sexta-feira foi de ajustes, com investidores de olho no noticiário político doméstico e em dados internacionais. O vencimento de opções e a realização de lucros também limitaram o fôlego do índice.

Na B3, o dia foi marcado por desempenho misto entre as ações de maior peso. Banco Bradesco (BBDC4) avançou +1,61%, acompanhando o movimento positivo do setor financeiro. Em contrapartida, houve quedas relevantes em Azul (AZUL4, -4,96%), GOL (GOLL54, -3,46%), Banco do Brasil (BBAS3, -1,90%) e Petrobras PN (PETR4, -1,21%), pressionada pelo recuo do petróleo.

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No mercado de juros, o DI para janeiro de 2026 permaneceu em 14,90%, estável após a decisão do Copom. O Índice DI encerrou o dia em 52.171,34 pontos.

O índice de volatilidade S&P/B3 Ibovespa VIX subiu 2,96%, para 15,30 pontos, refletindo maior cautela no mercado em meio às incertezas globais e ao noticiário político local.

Dólar acompanha exterior e encerra em R$ 5,32

O dólar à vista fechou o dia em R$ 5,320, com leve valorização frente ao real, após oscilar durante a sessão. O movimento acompanhou o fortalecimento da moeda americana no exterior, em um dia de agenda esvaziada de indicadores, mas marcado por expectativa em torno das taxas de referência da China (LPRs) e pelo encontro entre os presidentes dos EUA e China, Donald Trump e Xi Jinping, que pode redefinir o tom das negociações comerciais.

Por aqui, o câmbio segue influenciado pela comunicação considerada hawkish do Copom. O Banco Central manteve a Selic em 15% ao ano e sinalizou que os juros permanecerão elevados por período prolongado, postura vista como suporte para o real no médio prazo.

Ainda assim, a percepção de risco político limita ganhos, em meio à tramitação da PEC da Blindagem e do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.

Analistas destacam que, apesar das pressões de curto prazo, a perspectiva estrutural é de um real mais valorizado. Nesta manhã, o Itaú Unibanco revisou sua projeção de câmbio para o fim de 2025, de R$ 5,50 para R$ 5,35, citando enfraquecimento global do dólar e cenário internacional mais favorável a emergentes.

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Felipe Pjevac

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