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Tarifaço provoca revisão negativa e possível retração na produção do setor calçadista brasileiro
Publicado 09/10/2025 • 18:26 | Atualizado há 1 mês
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Publicado 09/10/2025 • 18:26 | Atualizado há 1 mês
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Unsplash.
Tarifas dos EUA levam Abicalçados a revisar projeções e admitir risco de retração na produção em 2025 e 2026.
Os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos levaram a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) a revisar negativamente as projeções para o setor, tanto para 2025 quanto para 2026. Agora, existe a possibilidade de retração na produção, cenário antes descartado pela entidade. A expectativa para este ano passou a variar entre uma queda de 1,1% e um aumento de 1,4%, sendo que, no início de 2025, a previsão era de alta entre 1,4% e 2,2%, já indicando uma desaceleração após o crescimento de 4,3% registrado em 2024.
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Para 2026, a projeção sugere um intervalo de retração de 0,5% a crescimento de 2,1%. Tradicionalmente, as vendas para o mercado estadunidense representam cerca de 20% da receita do setor, mas, no primeiro semestre de 2025, essa fatia atingiu 22,5%. Ao longo de 2024, a participação foi de 22,2%, totalizando US$ 216,3 milhões (cerca de R$ 1,15 bilhão). De acordo com os novos cálculos, a produção neste ano deve oscilar entre 919,2 milhões e 942,5 milhões de pares, com a mediana próxima de 930 milhões, apontando para estabilidade.

A Abicalçados prevê queda de 4% na produção no terceiro trimestre e recuperação de 2,7% no último período do ano. Anteriormente, a indústria esperava alcançar até 949,9 milhões de pares. Para 2026, a expectativa está entre 914,6 milhões e 962,3 milhões de pares. A entidade também alerta para possível retração das importações argentinas, outro destino relevante do calçado brasileiro. “Como são os dois principais destinos do calçado brasileiro no exterior, devemos ter um impacto importante nas exportações”, afirmou o economista e consultor Marcos Lélis, durante evento da associação. “Especialmente em 2026, caso o tarifaço siga em vigência”, completou Lélis.
Com a tendência de recuo nas exportações, a indústria estima que 91% da produção permaneça no mercado nacional e apenas 9% seja destinada ao exterior, o que seria o pior resultado da série histórica — em 2024, 11% da produção foi exportada. As estimativas para as vendas internacionais também foram ajustadas: a previsão de crescimento entre 1,2% e 4,1% para 2025 foi substituída por um cenário de estabilidade de 0,2% a incremento de 3,1%. Para 2026, o quadro é mais negativo, com recuo entre 9,8% e 16,3%.
Em setembro, o volume exportado cresceu 18% em relação ao mesmo mês de 2024, puxado por aumentos expressivos no Paraguai, Colômbia e Peru, enquanto as vendas para os EUA recuaram 23,5%. O valor médio do calçado brasileiro caiu 11,5%, reflexo da “alteração de pauta dos produtos embarcados, em detrimento dos produtos de couro”, conforme avaliação da Abicalçados.

Segundo a associação, o desempenho do mercado interno é o principal fator de sustentação da economia do setor em 2025, notadamente no primeiro semestre. O desemprego atingiu 5,6% no trimestre encerrado em agosto, a menor taxa da série da Pnad Contínua do IBGE. A renda média avançou 3,3% em doze meses, alcançando R$ 3.488, o que, segundo a Abicalçados, mantém o consumo doméstico, embora em volumes menores. As projeções para o PIB apontam desaceleração nos próximos dois anos. Marcos Lélis ressalta que o endividamento das famílias limita a expansão do consumo interno.
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