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Por que 2025 foi o ano dos carros eletrificados no Brasil?
Publicado 26/12/2025 • 19:15 | Atualizado há 3 horas
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Publicado 26/12/2025 • 19:15 | Atualizado há 3 horas
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Carro elétrico.
Pixabay
Com recordes sucessivos de vendas, expansão da infraestrutura e o início da produção nacional, o Brasil chega ao fim de 2025 com o maior salto de sua história no segmento de eletrificados. Não à toa, mais de 40 veículos do tipo foram lançados no ano.
Quando olharmos para trás no futuro a fim de identificar quando o carro eletrificado deixou de ser “nicho” para se tornar uma realidade nas ruas brasileiras, a resposta será praticamente unânime: 2025. O ano não foi apenas de crescimento, mas de transformação estrutural que uniu política industrial, competitividade agressiva e uma mudança de mentalidade do consumidor.
Não à toa, as vendas foram expressivas. De acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), 245.509 veículos eletrificados foram comercializados de janeiro a novembro de 2025. No total, tivemos 2.282.399 licenciamentos de automóveis e comerciais leves no acumulado.
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Desse modo, os veículos eletrificados representam 10,7% do mercado no janeiro-novembro. Além disso, os licenciamentos vêm numa crescente. Tanto é que os emplacamentos superaram o número histórico de 200 mil.
O grande motor desse crescimento foi a diversificação da oferta. 2025 viu a consolidação de modelos de entrada e compactos, como o BYD Dolphin Mini e o GWM Ora 03, que forçaram montadoras tradicionais a revisarem suas tabelas de preços.
“2025 foi o ano em que os eletrificados ultrapassaram 10% das vendas. Se 5% é quando um segmento deixa de ser nicho, 10% em crescimento significa uma parcela de mercado que vai se tornar dominante em algum tempo. Se você usar a medida 10%, pode considerar 2025 como o ano dos eletrificados”, comentou Cassio Pagliarini, associado da Bright Consulting.
Importante dizer ainda que, segundo a consultoria, a participação de mercado dos modelos eletrificados, que em 2024 orbitava os 6%, rompeu a barreira dos 12% neste mês de dezembro. Ou seja, a cada dez carros novos saindo das concessionárias, pelo menos um possui algum nível de eletrificação.
“Vamos fechar acima das 200 mil unidades de veículos eletrificados, de todas as tecnologias, incluindo híbridos, híbridos plug-in, elétricos e a novidade, que são os REEVs. Isso vem para reforçar o crescimento da eletrificação, que este ano foi superior a 20%”, salientou Ricardo Bastos, presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
O Veículo Elétrico de Autonomia Estendida (REEV) chegou ao país, em série, este ano. O pioneiro? Leapmotor C10. Estes carros se diferenciam dos híbridos comuns por uma inversão de papéis fundamentais sob o capô. Aqui, o motor a combustão atua como uma usina de força particular.
O funcionamento é simples, mas eficaz. O carro é, para todos os efeitos, um veículo elétrico. É o propulsor elétrico que entrega o torque e faz o veículo sair do lugar. No entanto, o motorista conta com um motor térmico que faz vezes de gerador de energia.
Quando a bateria atinge nível crítico, este motor a combustão entra em cena. Ele não traciona as rodas, mas queima combustível para gerar eletricidade, alimentando as baterias ou enviando energia diretamente para o motor principal.
Tal configuração ataca diretamente a chamada “ansiedade de autonomia”, o receio dos motoristas de não encontrarem eletropostos. Com um REEV, o condutor tem a experiência de condução silenciosa e ágil de um elétrico no dia a dia urbano, mas mantém a liberdade de um carro a combustão na estrada.
No Brasil, o sistema é visto com entusiasmo por especialistas, especialmente pela possibilidade de utilizar o etanol para alimentar os geradores internos. A combinação de um motor elétrico eficiente com um gerador movido por biocombustível pode colocar o país em uma posição de destaque na descarbonização.
“A chegada dos REEVs foi importante, mas o que puxou mesmo as vendas [em 2025] foi o veículo plug-in. Se considerarmos híbridos plug-in e BEVs, essas tecnologias representam mais de 70% e, em alguns estados, 80% das vendas de eletrificados”, salientou Bastos.
“A REEV é uma tecnologia muito promissora e deverá ocupar espaços da PHEV pois tem tudo para ser menos cara e mais eficiente”, completou Pagliarini.
O ano de 2025 foi marcado pelo fim da dependência total das importações. O cronograma de aumento do Imposto de Importação (que chegou a 25% para elétricos e 30% para híbridos em julho) serviu como o empurrão que faltava para as fábricas nacionais saírem do papel.
Após muitas polêmicas e atrasos, a BYD enfim encetou a operação de sua planta de veículos em Camaçari (BA). A GWM também deu largada na produção de seus veículos em Iracemápolis (SP).
A Stellantis expandiu sua tecnologia MHEV, que já equipava os Fiat Pulse e Fastback, para modelos da Peugeot. 208 e 2008 foram agraciados com o sistema híbrido leve BSG de 12 Volts.
A tecnologia desenvolvida pela Stellantis em Betim (MG) substitui o alternador usual por motor elétrico ligado ao virabrequim por meio de correia.
Mas não parou por aí. A Volkswagen anunciou a integração de sistemas híbridos em pelo menos uma versão de todos os modelos de seu portfólio já a partir de 2026.
A infraestrutura, antes o principal gargalo, deu passos largos. O Brasil passou de 16.800 pontos de recarga públicos e semipúblicos ainda em agosto. Destaque para a expansão dos carregadores rápidos (DC) em rodovias, permitindo viagens intermunicipais com um pouco mais de tranquilidade.
O mercado agora se prepara para uma nova fase. Com a produção local, o fortalecimento dos híbridos flex e infraestrutura mais capilarizada, o desafio deixa de ser a aceitação tecnológica e passa a ser a gestão da rede elétrica urbana e o descarte sustentável de baterias.
“Vamos aguardar. Devemos ter a solução de algumas questões, como a instalação de carregadores, a questão dos bombeiros, que está sendo equacionada. Acreditamos que isso irá estimular ainda mais as vendas dos PHEVs, mas também esperamos um aumento nas vendas de outras tecnologias”, comentou Ricardo Bastos.
“Em 2026 ultrapassaremos o volume de 400 mil eletrificados no ano e teremos um grande crescimento entre os MHEV, híbridos leves, com mais marcas oferecendo a tecnologia, que é barata de se investir, custa menos que as outras e oferece vantagens que permitirão às montadoras alcançar com grande volume as metas do programa Mover em 2027?, concluiu Cassio Pagliarini.
Veja os carros eletrificados lançados em 2025 no Brasil
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