Igreja na Suíça substitui padre por Jesus de IA em confessionário
Publicado 27/11/2024 • 14:42 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 27/11/2024 • 14:42 | Atualizado há 6 meses
KEY POINTS
O "Jesus digital" é fruto de uma parceria entre a igreja e o laboratório de pesquisa da Universidade de Ciências Aplicadas de Lucerna (HSLU), na Suíça.
Foto: Reprodução/Katholische Kirche Stadt Luzern.
A Igreja de São Pedro, na cidade de Lucerna, na Suíça, inovou ao substituir de forma temporária a figura do padre no confessionário por meio de uma inteligência artificial (IA). Chamada de “Deus in Machina“, a iniciativa apresenta um avatar de Jesus capaz de dialogar com fiéis em mais de cem idiomas.
Do outro lado do confessionário, os fiéis conseguem ver a imagem de Cristo por meio de uma tela, que responde às dúvidas em tempo real. O “Jesus digital” é fruto de uma parceria entre a igreja e o laboratório de pesquisa da Universidade de Ciências Aplicadas de Lucerna (HSLU). A instalação artística ficou disponível por dois meses de 23 de agosto a 20 de outubro de 2024.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Marco Schmid, teólogo da capela, explicou que o objetivo do projeto era entender como as pessoas reagiam a um Jesus no formato digital. “Queríamos ver e entender como as pessoas reagem a um Jesus em IA. Sobre o que elas conversariam com ele? Haveria interesse em conversar? Provavelmente somos pioneiros nisso. Consideramos criar um avatar de um teólogo, uma pessoa comum ou um santo, mas concluímos que a melhor figura seria o próprio Jesus”, afirmou.
A IA, lançada em agosto, foi treinada com textos religiosos e interagiu com mais de mil pessoas de diferentes partes do mundo durante dois meses, desde China até Vietnã. Neste tempo, os visitantes faziam perguntas e recebiam respostas em tempo real. Por questões de segurança, eles foram orientados a não compartilhar informações pessoais.
Enquanto alguns descreveram a experiência como “espiritual e inspiradora”, outros a consideraram “artificial e desconectada”. Comunidades religiosas também criticaram o projeto, questionando a validade de uma interação espiritual medida por uma máquina.
Um repórter do The Guardian experimentou o dispositivo e descreveu as respostas como, às vezes, “banais, repetitivas e exalando uma sabedoria que lembra clichês de calendário”.
O teólogo relatou que as respostas da inteligência artificial variavam de “inspiradoras a superficiais”. Para evitar problemas, a igreja fez testes rigorosos com o objetivo de prevenir respostas ilegais, explícitas ou que oferecessem interpretações ou conselhos espirituais que conflitassem com os ensinamentos cristãos.
De acordo com Schmid, o projeto é um experimento educativo e acessível, não tendo o propósito de substituir os padres permanentemente. Ele acredita que, no futuro, a tecnologia pode atuar como um guia espiritual multilíngue, complementando no auxílio de questões religiosas.
“Acho que há uma sede de falar com Jesus. As pessoas querem ter uma resposta: elas querem palavras e ouvir o que ele está dizendo. Acho que esse é um elemento disso. Então, é claro, há a curiosidade disso. Elas querem ver o que é isso”, afirmou.
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