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Importações da China registram queda inesperada em novembro

Publicado 10/12/2024 • 07:46

CNBC

Redação CNBC

KEY POINTS

  • As exportações e importações da China ficaram abaixo das expectativas em novembro.
  • Os números intensificaram as preocupações sobre a saúde da economia chinesa.
  • As importações surpreenderam ao registrar uma queda de 3,9%, o maior recuo desde setembro de 2023.
Imagem ilustrativa

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As exportações e importações da China ficaram abaixo das expectativas em novembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pela autoridade alfandegária do país. Os números intensificaram as preocupações sobre a saúde da economia chinesa, marcada pela demanda interna fraca e ameaças tarifárias no horizonte.

As importações surpreenderam ao registrar uma queda de 3,9%, o maior recuo desde setembro de 2023. Analistas esperavam um aumento de 0,3%.

Já as exportações cresceram 6,7% na comparação anual, bem abaixo dos 12,7% registrados no mês anterior. Pesquisas da Reuters previam um crescimento de 8,5% em novembro.

Apesar da desaceleração das exportações, Zichun Huang, economista da Capital Economics, afirmou em nota que isso não representa o fim do recente boom das exportações chinesas.

Segundo Huang, tarifas norte-americanas poderiam reduzir os volumes exportados em cerca de 3%, mas os efeitos provavelmente só serão sentidos no meio do próximo ano.

A curto prazo, as ameaças tarifárias podem até estimular as exportações, à medida que empresas dos EUA aumentam seus pedidos de produtos chineses, acrescentou Huang.

No mesmo período, volumes de importação também podem se recuperar, impulsionados pelo aumento nos gastos fiscais e pela demanda por commodities industriais.

Relações comerciais com parceiros

As exportações da China para seus principais parceiros comerciais — EUA, União Europeia (UE) e Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) — cresceram em novembro na comparação anual.

As exportações para os países do Sudeste Asiático tiveram o maior aumento, com alta de quase 15%, segundo análise da CNBC. No entanto, as importações do bloco caíram 3%.

Para os EUA, as exportações chinesas subiram 8% em relação ao ano anterior, enquanto as importações recuaram mais de 11%. Na relação com a UE, as exportações aumentaram 7,2% e as importações encolheram 6,5%.

No caso da Rússia, as exportações da China diminuíram 2,5%, e as importações recuaram 6,5%.

Destaques no comércio de recursos

As exportações chinesas de terras raras cresceram quase 5% em novembro na comparação anual, totalizando 4.416 toneladas. Essas matérias-primas são essenciais para produtos como veículos elétricos e eletrônicos de consumo. No acumulado do ano até novembro, as exportações aumentaram 6,6%.

Por outro lado, as importações de terras raras caíram mais de 20%, totalizando 11.327 toneladas. Em julho, o governo chinês implementou uma nova política para reforçar o controle sobre a indústria de terras raras, citando preocupações de segurança nacional.

As exportações de aço também se destacaram, com um aumento de 16% em novembro na comparação anual, alcançando 9,28 milhões de toneladas. No acumulado do ano, o volume exportado deve ultrapassar 100 milhões de toneladas, um nível não visto desde 2016.

Recuperação desigual

As exportações têm sido um raro ponto positivo para a segunda maior economia do mundo, que enfrenta consumo interno fraco e uma crise prolongada no setor imobiliário.

De janeiro a novembro, as exportações cresceram 5,4% em dólares, somando US$ 3,24 trilhões. As importações, por sua vez, aumentaram apenas 1,2%, totalizando US$ 2,36 trilhões.

Os dados comerciais foram divulgados um dia após a liderança chinesa prometer intensificar estímulos monetários e fiscais para impulsionar o crescimento em 2025. Medidas “não convencionais de ajuste anticíclico” foram anunciadas para estimular a demanda interna.

Segundo Erica Tay, diretora de pesquisa macroeconômica do Maybank, o crescimento das exportações pode acelerar no início de 2025, com importadores norte-americanos antecipando compras. No entanto, ela alerta para uma possível desaceleração no segundo semestre, quando os impactos das tarifas devem ser sentidos.

Apesar de sinais de melhora, como a expansão da atividade industrial pelo segundo mês consecutivo (índice PMI subindo para 50,3), a demanda doméstica permanece fraca. A inflação ao consumidor atingiu o menor nível em cinco meses em novembro, com alta de apenas 0,2% na comparação anual.

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