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Publicado 11/12/2024 • 10:52
KEY POINTS
Loja da Macy's em Nova York.
Foto: Ben Schumin/Flickr.
A rede de lojas de departamento Macy’s concluiu uma investigação sobre um erro contábil cometido por um funcionário, que ocultou intencionalmente cerca de US$ 151 milhões (R$ 914,5 milhões, na cotação atual) em despesas de entrega em seus livros financeiros ao longo de quase três anos. O caso levou a empresa a revisar seus demonstrativos financeiros dos anos afetados.
No cargo desde fevereiro, o CEO da Macy’s, Tony Spring, afirmou em comunicado que a empresa está reforçando os controles internos e implementando mudanças para evitar novos problemas. “Nosso foco é garantir que a conduta ética e a integridade sejam mantidas em toda a organização”, disse Spring.
O problema veio à tona enquanto a Macy’s preparava seus balanços do trimestre fiscal. A empresa atrasou a divulgação dos resultados e iniciou uma investigação independente, concluída recentemente. O relatório apontou que o impacto financeiro nos anos anteriores não foi significativo.
Segundo o documento apresentado à SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA – a “CVM” americana), um único funcionário era responsável pelas entradas contábeis incorretas relacionadas às despesas de entrega de pacotes. Esse funcionário admitiu ter cometido erros intencionais para encobrir um erro inicial.
A investigação também revelou uma “fraqueza material” no controle interno da empresa, que permitiu a manipulação de registros contábeis. A Macy’s informou que o funcionário não faz mais parte da empresa, sem detalhar se foi demitido ou saiu voluntariamente.
Após a divulgação do caso, as ações da Macy’s caíram mais de 10% no mercado de pré-abertura. A empresa revisou para baixo sua projeção de lucro para o ano fiscal, agora estimado entre US$ 2,25 e US$ 2,50 por ação ajustada, contra a previsão anterior de US$ 2,34 a US$ 2,69.
Apesar disso, a previsão de receita anual foi ligeiramente elevada, com expectativa de vendas entre US$ 22,3 bilhões e US$ 22,5 bilhões, ainda abaixo dos US$ 23,09 bilhões registrados no ano fiscal anterior.
Para o ano completo, as vendas comparáveis — que excluem o impacto de aberturas e fechamentos de lojas — devem cair cerca de 1% ou permanecer estáveis, uma melhora em relação à previsão anterior de queda entre 2% e 0,5%.
No trimestre encerrado em 2 de novembro, a Macy’s registrou receita de US$ 4,74 bilhões (R$ 28,6 bilhões), uma queda de 2,4% em relação ao ano anterior, e um lucro líquido de US$ 28 milhões (US$ 0,10 por ação), abaixo dos US$ 41 milhões (US$ 0,15 por ação) do mesmo período em 2022.
As vendas comparáveis do grupo caíram 1,3%, enquanto a marca Macy’s, especificamente, apresentou recuo de 2,2% no mesmo indicador. No entanto, as lojas que receberam investimentos e aumento de equipe mostraram um desempenho melhor, com crescimento de 1,9% nas vendas comparáveis.
Outras marcas do grupo, como Bloomingdale’s e Bluemercury, registraram crescimento de 3,2% e 3,3%, respectivamente, no período.
Além dos desafios contábeis, a Macy’s está enfrentando pressão de investidores ativistas. Recentemente, o fundo Barington Capital adquiriu participação na empresa e sugeriu mudanças estratégicas, incluindo a possível venda de suas marcas de luxo. Esta é a quarta vez em dez anos que a rede de lojas enfrenta ações semelhantes.
A Macy’s está em um esforço de reestruturação, com o fechamento planejado de cerca de 150 lojas até 2027, enquanto reforça a operação em outras localidades. O objetivo é focar em unidades que apresentam maior potencial de crescimento e retorno.