Diversas montadoras de destaque, incluindo as gigantes de Detroit, General Motors e Ford, relataram um aumento nas vendas de carros nos EUA no segundo trimestre nesta terça-feira, à medida que consumidores anteciparam suas compras antes das tarifas americanas.
As vendas foram especialmente intensas no início do trimestre, com as expectativas sobre as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, dominando as notícias. Além das empresas americanas, as montadoras japonesas Toyota e Honda e as marcas sul-coreanas Kia e Hyundai também relataram aumento nas vendas em comparação com o mesmo período de 2024.
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Impacto das tarifas no comportamento do consumidor
“Eles conseguiram capitalizar no medo induzido pelas tarifas e isso impulsionou as vendas, especialmente no início do trimestre”, disse Garrett Nelson, analista de ações da CFRA Research.
Embora a indústria automobilística esteja no centro dos esforços de Trump para redefinir o comércio global, os consumidores ainda não viram aumentos significativos nos preços devido às tarifas.
Isso porque as empresas têm se apoiado em estoques existentes que incluem veículos importados antes de as tarifas entrarem em vigor. Os preços devem subir mais na segunda metade de 2025, mas as forças de demanda e oferta de mercado podem limitar tais aumentos, disseram analistas.
Desempenho das montadoras no trimestre
A GM registrou um aumento de 7,3% nas entregas de veículos, chegando a 746.588, graças a um desempenho sólido contínuo em picapes e SUVs, além de boas vendas de modelos voltados para clientes que buscam veículos acessíveis.
Entre esses modelos estão o Chevrolet Equinox e o Chevrolet Trax, um veículo mais barato importado da Coreia do Sul.
Enquanto isso, a Ford registrou um salto de 14,2% nas vendas, alcançando 612.095, refletindo o sucesso de um programa popular que oferecia aos clientes preços de funcionários em muitos modelos.
A maioria dos veículos de destaque da Ford viu aumento nas vendas, incluindo a picape líder de vendas F-series, assim como o SUV Ford Explorer.
Embora a Ford tenha tido vendas menores de sua picape totalmente elétrica F-150 Lightning e do Mustang Mach-E, relatou um aumento nas vendas de veículos híbridos.
Vendas mais altas eram esperadas para ambas as empresas, mas os aumentos foram ligeiramente superiores às projeções dos analistas da Edmunds.com.
Na Toyota, as vendas saltaram 7,2%, totalizando 666.470 automóveis, com ganhos de dois dígitos em vários veículos, incluindo o sedã Toyota Camry e a picape Toyota Tacoma.
Honda, Kia e Hyundai relataram aumentos trimestrais nas vendas entre 5% e 10%.
No entanto, a Nissan relatou uma queda de 6,5% nas vendas trimestrais, para 221.441, enquanto a Stellantis, dona da Jeep, foi projetada pela Edmunds para ter uma queda de 12,8%, totalizando pouco mais de 300.000 veículos.
Pressão dos consumidores
Os Estados Unidos impuseram tarifas de 25% sobre carros acabados importados no início de abril.
A administração Trump também implementou uma tarifa de 25% sobre peças de automóveis importadas no início de maio, embora autoridades da Casa Branca tenham permitido um período de carência de dois anos e estipulado que as montadoras não enfrentariam tarifas duplicadas devido a uma cobrança de 25% sobre aço e alumínio importados.
Embora os preços dos carros no varejo não tenham subido significativamente, analistas da Cox Automotive apontaram na semana passada para uma recente diminuição nos incentivos dos concessionários como evidência de um mercado um pouco mais apertado.
O economista-chefe da Cox Automotive, Jonathan Smoke, projetou um aumento de 8% nos preços devido às tarifas, acrescentando que “não acreditamos que consumidores ou compradores de frotas estejam aptos e dispostos a aceitar esse custo adicional”, disse ele em uma coletiva de imprensa na semana passada.
Smoke previu que a incerteza sobre a economia e se o Federal Reserve cortará as taxas de juros pode levar muitos compradores a adiar suas compras.
Nelson disse que as montadoras têm que ser “muito cuidadosas” com os aumentos de preços.
“As coisas esfriaram em relação ao início do trimestre”, disse ele. “Tudo o que estamos vendo sugere que os consumidores ainda estão muito sensíveis aos preços.”
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