62% das rodovias brasileiras apresentam condições inadequadas; confira as piores

Um levantamento detalhado sobre a malha de rodovias do Brasil revela um cenário preocupante para o transporte nacional. Segundo dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgados em dezembro de 2025, a maioria das estradas avaliadas não oferece condições ideais de trafegabilidade.

A avaliação abrangeu uma extensão total de 114.197 km, considerando critérios fundamentais como a qualidade do pavimento, a sinalização e a geometria das vias (que inclui curvas, aclives, largura das faixas e acostamentos). Os resultados apontam que:

• 62% das rodovias não possuem condições adequadas para o tráfego.
• Apenas 10,1% da extensão foi classificada como ótima.
• 27,8% das vias são consideradas boas.
• O restante da malha divide-se entre regular (43,0%), ruim (15,1%) e péssima (4,0%).

O contraste entre a excelência e o abandono

Os dados evidenciam um abismo de qualidade entre diferentes regiões e modelos de gestão. Enquanto o ranking das 10 melhores rodovias do país é dominado por vias da região Sudeste, o grupo das classificadas como “péssimas” está disperso por diversas regiões, frequentemente sob gestão pública estadual.

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As melhores do Brasil

As rodovias que ocupam o topo da lista são majoritariamente geridas por concessionárias privadas.

• 1º lugar: SP-270 (Presidente Epitácio a Ourinhos), em São Paulo.
• 2º lugar: RJ-124 (Rio Bonito a São Pedro da Aldeia), no Rio de Janeiro.
• 3º lugar: SP-348 (Cordeirópolis a São Paulo).
• Das 10 melhores estradas, 9 estão no Sudeste e apenas uma no Centro-Oeste (BR-050 em Goiás).

Rodovias em estado crítico

Na outra ponta, diversas estradas enfrentam sérios problemas estruturais. Exemplos de trechos classificados como péssimos incluem:

• BR-364 (AC): Trecho entre Cruzeiro do Sul e Acrelândia, com 761 km de extensão.
• MA-106 (MA): Entre Governador Nunes Freire e Alcântara.
• RS-324 (RS): Ligação entre Passo Fundo e Nova Prata.
• PE-545 (PE): Trecho de Exu a Ouricuri.

Gestão e localização como diferenciais

A análise dos dados sugere que a modalidade de gestão tem impacto direto na conservação. No ranking das 10 melhores, 9 são concessões, enquanto a maioria das rodovias listadas com desempenho “péssimo” está sob gestão pública estadual ou federal.

Além disso, a concentração de investimentos e boas vias na região Sudeste ressalta a desigualdade na infraestrutura logística entre as federações.

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Felipe Pjevac

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