A Anvisa autorizou o laboratório brasileiro EMS a produzir o princípio ativo liraglutida, usado para combater a diabetes e que também é aplicado para emagrecimento. Trata-se de um produto do mesmo nicho da semaglutida, usado no Ozempic.
Em entrevista ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CNBC, Iran Gonçalves Junior, diretor médico da companhia, afirmou que a autorização representa um marco na indústria farmacêutica nacional, e coloca o Brasil em uma seara tecnológica importante.
“A Anvisa avaliou cuidadosamente isso, e essa tecnologia coloca o Brasil numa corrida tecnológica que a gente não pode perder mais. É uma grande inovação, um momento muito feliz para a EMS. Esse é um projeto de mais de 10 anos, R$ 150 milhões de investimento, construção de duas fábricas para possibilitar que hoje, no fechar do ano de 2024, a gente tivesse essa bela notícia para dar”, disse ele.
Junior avalia que o remédio semelhante ao Ozempic simboliza uma inovação na síntese de medicamentos para o país, e também deve ser exportado para os Estados Unidos.
“Não é um medicamento químico, é uma proteína montada. Quando a gente fala de obesidade, não é uma obesidade estética que a gente está preocupado. A obesidade carrega consigo maior incidência de doença renal, vascular, neurológica. Os peptídeos sintéticos são a primeira linha de medicação que tratam a obesidade”, disse.
Ainda não há uma data certa da chegada do medicamento ao país, afirmou Junior. “A gente também está ansioso para saber quando chegar, qual o volume que vai ser colocado no mercado. Isso agora entra num processo industrial que tem as próprias regras, mas a gente quer colocar isso no primeiro semestre, primeiro trimestre do ano que vem”.
Detalhes sobre o novo medicamento
O remédio que será fabricado pela EMS também é usado para emagrecimento. É o mesmo tipo de terapia para o qual se usa a semaglutida, o princípio do Ozempic.
O mesmo princípio ativo, a liraglutida, será usado para dois medicamentos:
- Olire, para o tratamento de obesidade,
- Lirux, voltado ao controle do diabetes tipo 2.
Ambos os produtos, classificados como análogos de GLP-1 – peptídeos de alta tecnologia – estarão disponíveis nas farmácias brasileiras a partir de 2025.
A EMS tem uma fábrica na cidade de Hortolândia, em São Paulo, onde vai produzir a liraglutida.
Hoje a liraglutida é importada, e é comum que haja falta no mercado.
A Novo Nordisk é a principal empresa fornecedora dos medicamentos desse nicho no Brasil.
A liraglutida melhora o controle do nível de açúcar no sangue e diminui a glicemia em jejum e após as refeições de pacientes com diabetes mellitus tipo 2.
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