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Empresas brasileiras adotam IPO reverso para acelerar entrada na B3 e diversificar setores
Publicado 02/11/2025 • 16:19 | Atualizado há 2 semanas
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Publicado 02/11/2025 • 16:19 | Atualizado há 2 semanas
KEY POINTS
Divulgação B3.
Fachada da B3, a Bolsa brasileira.
Com a escassez de ofertas públicas iniciais de ações desde 2021, companhias brasileiras buscam alternativas para ingressar na B3. O chamado IPO reverso, que envolve a aquisição de uma empresa já listada por outra que ainda não está na Bolsa, tem se consolidado como uma dessas estratégias. Em alguns casos, a transação ocorre via fusão, permitindo que o registro da companhia adquirida seja transferido para a nova controladora.
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Segundo Gustavo Rugani, sócio do escritório Machado Meyer, “a empresa deixa de fazer um IPO tradicional, junta-se a outra que tem registro em Bolsa, e herda esse registro”. Ele destaca que, embora o mecanismo não seja recente, o uso do IPO reverso para abrigar negócios de setores completamente distintos tem ganhado força. Rugani explica que a operação pode alterar tanto o ramo quanto o objeto social da empresa listada, já que o principal objetivo é viabilizar a listagem.
Um exemplo ocorreu há poucas semanas, quando a OranjeBTC, focada em tesouraria de bitcoin e educação financeira, entrou na B3 por meio da compra do cursinho pré-vestibular Intergraus. Antes da venda, o Intergraus foi listado por sua antiga controladora, a Bioma Educação, como condição para o negócio.
Por ora, o funcionamento do cursinho está assegurado até o fim de 2025. Conforme nota da OranjeBTC ao Broadcast, “a OranjeBTC tem como missão impulsionar a adoção do padrão bitcoin no mercado latino-americano por meio de dois eixos centrais: uma tesouraria robusta em bitcoins e iniciativas abrangentes de educação financeira… Nesse contexto, o Intergraus representa um componente essencial da plataforma educacional desenvolvida pela OranjeBTC”.
No final do ano passado, a holding Fictor e a Aqwa Capital compraram a Atom Empreendimentos e Participações, originalmente dedicada à formação de operadores de mercado. A transação resultou na entrada da Fictor Alimentos na Bolsa, voltada ao setor de proteína animal, e provocou mudança no nome e no foco da companhia listada. Para realizar essas operações, basta que os acionistas cheguem a um consenso, aprovem a transação internamente e cumpram as regras regulatórias. “Não há limitação, é uma compra e venda normal”, afirmou Maiara Madureira, sócia do Demarest Advogados.
Embora a maioria dos IPOs reversos ocorra com o consentimento dos acionistas, também podem acontecer aquisições hostis. Nesses casos, uma empresa assume o controle sem aprovação da companhia-alvo. Esse foi o caminho adotado pela Reag Investimentos, que adquiriu a Getninjas por meio de compras no mercado seguidas de uma oferta pública de aquisição. Madureira observa, porém, que acordos consensuais são mais frequentes nesse tipo de listagem.

Rugani compara o IPO reverso entre setores distintos ao “jabuti” em projetos de lei, um tema inserido sem ligação com o assunto principal. Ele cita um ditado do meio político: “Jabuti não sobe em árvore. Se está lá, ou foi enchente, ou mão de gente”. Já Madureira considera o mecanismo como um “atalho” usado para acessar o mercado de capitais, eliminando etapas do processo convencional.
Esse caminho mais rápido para a listagem também motivou a BRZ Incorporadora a firmar um memorando de entendimento para unir negócios com a Fica Empreendimentos, ambas do setor imobiliário. A Fica detém um banco de terrenos de 2,9 milhões de m² em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. “A [marca] Fica desaparece e fica a BRZ”, afirmou Fabiano Valese, diretor financeiro e de relações com investidores da BRZ. Ele ressalta que a listagem permite o acesso a instrumentos de captação de recursos, como o follow-on, e que o custo de capital tende a ser menor para empresas abertas.
Valese ainda acrescenta: “Estamos olhando para o mercado. Há várias possibilidades para trazer recursos para o crescimento dos negócios”. A operação de combinação entre BRZ e Fica deve ser concluída nos próximos meses.
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