As tarifas impostas pelos Estados Unidos acenderam um alerta nos mercados globais. Bolsas de diversos países registraram quedas acentuadas, como foi o caso de Hong Kong, que apresentou uma baixa histórica de 13%.
Em entrevista exclusiva ao Times Brasil — Licenciado exclusivo CNBC, nesta terça-feira (08), Josias Bento, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, analisou os impactos das medidas de Trump no mercado financeiro global.
Segundo ele, embora alguns índices estejam apresentando recuperação, o movimento ainda pode ser somente técnico.
“Nesta semana, vimos uma queda muito expressiva nos mercados, principalmente na Ásia. Houve uma verdadeira sangria nas bolsas asiáticas, reflexo direto das novas tarifas de Donald Trump. Isso reacendeu o temor de uma possível recessão global. A leve alta de agora pode ser apenas uma correção pontual, precisamos observar os próximos dias para entender a direção dos mercados”, explicou.
Fernandes destacou que a queda foi generalizada, mas alguns setores foram mais impactados.
“O setor automotivo e o industrial, que são grandes exportadores para os Estados Unidos, foram os mais afetados. O setor de tecnologia também sofreu, principalmente na Ásia, com destaque para empresas de semicondutores, que têm forte dependência do mercado norte-americano”, completou.
Em relação ao cenário diplomático, Fernandes comentou a repercussão de uma postagem recente de Trump, que, apesar de criticar a China, indicou disposição para o diálogo.
“A sinalização de diálogo entre as duas maiores potências econômicas do mundo sempre anima os mercados. Se Estados Unidos e China buscarem um consenso, os efeitos no mercado global tendem a ser positivos. Afinal, boa parte da economia mundial gira em torno desses dois países”, avaliou.
Contudo, ele fez um alerta: “Caso o tom suba novamente, com novas tarifas ou retaliações, como Trump já indicou que pode aumentar as tarifas em até 50%, o impacto pode ser muito negativo para as grandes empresas que atuam nesses mercados e, por consequência, para toda a economia global”, concluiu.
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