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Da praia ao faturamento milionário: a trajetória do Sorvetes Rochinha, que completa 40 anos e expande com franquias

Publicado 22/12/2024 • 07:30

Redação Times Brasil

KEY POINTS

  • Crescimento e Otimismo: A Sorvetes Rochinha projeta um crescimento de 10% em 2024, acima da média econômica, impulsionado por estratégias multicanais e foco na qualidade.
  • Clima e Impacto nos Negócios: Fenômenos climáticos como La Niña podem reduzir o faturamento em até 30%, exigindo resiliência e adaptação da marca.
  • Qualidade e Sustentabilidade: Com rigor no controle de insumos, a Rochinha privilegia pequenos produtores locais e mantém o compromisso com o sabor natural das frutas.

Quando o verão chega, as praias brasileiras se enchem de turistas em busca de refresco e diversão. Entre guarda-sóis coloridos e o som das ondas, uma cena é quase certa: alguém chamando pelo “tio do sorvete.” No topo das preferências está a Sorvetes Rochinha, uma marca com mais de 40 anos de história que conquistou um lugar especial no litoral paulista e no coração dos consumidores.

Em entrevista ao programa Radar, Lupercio Moraes, CEO da Sorvetes Rochinha, compartilhou insights sobre os desafios e as estratégias da marca para a temporada de verão. “Nossa expectativa é de um crescimento de 10% em relação ao ano passado, acima da média da economia,” destacou Moraes, enfatizando o otimismo da empresa, mesmo em um cenário de clima neutro, sem os impactos extremos de fenômenos climáticos como El Niño ou La Niña.

Como tudo começou

Sorvetes Rochinha, fundada em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo. Enquanto menos de 40% das iniciativas empresariais no país sobrevivem após cinco anos de operações, segundo o IBGE, a ‘quarentona’ comemora o faturamento de R$ 17 milhões apenas com franqueados em 2023. Hoje, a Rochinha comercializa 1 milhão de litros de sorvetes para 3,5 mil pontos de vendas e 23 franquias em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina.

A trajetória de sucesso da Rochinha pode ser dividida em duas partes até o momento.
• A primeira consiste na criação e gestão da empresa pela Família Lopes, responsável pela produção artesanal de sorvetes e picolés mais saudáveis, com “frutas de verdade”. Essa qualidade consolidou a marca como o “sorvete das férias” de muitos turistas que iam às praias do litoral norte de São Paulo. Virou um clássico dos paulistas como os biscoitos Globo para os cariocas.

Já o segundo capítulo se iniciou a partir da aquisição da empresa pela consultoria Hurtado e Moraes Capital Management, parcialmente em 2014 e integralmente em 2016. Foi quando a companhia subiu a Serra do Mar com o objetivo de transformar os sorvetes até então vendidos somente nas praias em produtos do dia a dia de brasileiros dos grandes centros e do interior de São Paulo.

O impacto do clima no setor de sorvetes

O setor de sorvetes é altamente sensível às variações climáticas. Segundo Moraes, “uma La Niña fraca no último trimestre reduziu o faturamento do setor em até 30% em comparação com o mesmo período do ano anterior, que foi regido por El Niño.” Diante dessas incertezas, a Rochinha adota uma estratégia multicanal para mitigar os riscos: carrinhos nas praias, franquias, food service e vendas em supermercados e padarias.

Qualidade como diferencial competitivo

Conhecida pelo sabor natural e pela qualidade de seus produtos, a Rochinha mantém um rigoroso controle sobre sua cadeia de suprimentos. O sorvete de coco, um dos carros-chefe da marca, é produzido com matéria-prima vinda do Nordeste, processada para garantir uniformidade e frescor. “Temos um cuidado enorme com a tipificação da fruta, teor de gordura e análise de qualidade,” explicou Moraes. Para frutas mais sensíveis, como abacate e limão, o processo envolve acompanhamento minucioso da maturação e seleção criteriosa de fornecedores, incluindo pequenos produtores locais e atacadistas estruturados.

Enfrentando a inflação nos insumos

O aumento no custo de insumos, como leite e açúcar, representa outro grande desafio para a indústria. Com 70% de sua linha de produtos à base de leite, a Rochinha precisa equilibrar custos sem repassar integralmente aos consumidores. “Os preços são regulados pelo mercado, e ajustes precisam ser bem planejados,” comentou Moraes, ressaltando que a marca prefere absorver parte do impacto para manter sua competitividade.

Expansão e inovação para o futuro

Além das praias, onde a marca nasceu e consolidou sua reputação, a Rochinha tem investido fortemente em uma rede de franquias e em novos formatos de distribuição. Hoje, as lojas estruturadas representam metade das vendas no litoral durante a alta temporada. Esse movimento reforça o compromisso da empresa em expandir sua presença enquanto mantém a essência que a tornou uma das marcas mais queridas do Brasil.

“Estamos otimistas com os próximos anos. Nosso processo de expansão está bastante consistente,” afirmou Moraes. O CEO finalizou a entrevista desejando um “grande verão” para todos, reforçando o papel da Rochinha em levar frescor e sabor às praias e cidades brasileiras.

Combinando tradição, inovação e uma forte conexão com seus consumidores, a Sorvetes Rochinha segue como referência no mercado de sorvetes no Brasil, pronta para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de mais uma temporada de calor.

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