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David Bowie: 9 anos da morte do gênio da música e dos negócios
Publicado 10/01/2025 • 11:11 | Atualizado há 6 meses
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Publicado 10/01/2025 • 11:11 | Atualizado há 6 meses
foto: redes sociais
Os arquivos do governo britânico garantem que David Bowie nasceu em Londres, em 8 de janeiro de 1947, mas o cantor e compositor sempre esteve tão à frente do seu tempo que seus fãs acreditam que ele veio, na verdade, do espaço sideral – assim como Ziggy Stardust, seu alter-ego e personagem mais conhecido.
Terráqueo ou homem das estrelas, a verdade é que sua trajetória continua servindo de farol para a indústria cultural 9 anos após a sua morte. Afinal, Bowie não foi apenas um visionário na música, mas também um mestre nas finanças e na tecnologia.
Em 1997, ao emitir títulos por meio de um fundo lastreado em suas canções, ele foi o primeiro artista a convencer Wall Street a investir em sua carreira. Negociados por US$ 55 milhões com a seguradora Prudential Insurance, os “Bowie Bonds” antecipavam o lucro proveniente de 300 gravações ao longo de dez anos. Esses papeis pagavam 7,9% de taxa anual com base nos royalties e vendas das músicas efetuadas durante esse período, além do licenciamento para usos diversos como cinema, publicidade e videogames.
Esse tipo de negociação só foi possível porque Bowie sempre lutou para ter o controle total sobre suas obras, algo bastante raro para os artistas de sua geração. Quando se fala sobre a importância de ser proprietário de suas próprias músicas, é inevitável lembrar que Michael Jackson comprou os direitos autorais de todo o catálogo dos Beatles, para decepção de Paul McCartney.
A ideia de antecipar valores relativos ao uso de suas músicas tornou-se uma estratégia financeira bastante popular hoje em dia entre os grandes nomes da indústria.
Em 2021, Bob Dylan vendeu os direitos sobre suas composições para a Universal Music por US$ 300 milhões. Bruce Springsteen faturou ainda mais com a Sony Music: US$ 500 milhões. Os herdeiros de Bowie também negociaram seu catálogo de forma definitiva com a editora Warner Chappell Music, lucrando US$ 250 milhões. A ideia inspirou até celebridades jovens como Justin Bieber, que comercializou os direitos de sua curta (porém bem-sucedida) carreira por US$ 200 milhões.
David Bowie também foi um pioneiro na internet. Em 1996 foi o primeiro artista a disponibilizar uma canção para download na internet, “Telling Lies”. Em 1998 ele lançou a BowieNet, uma rede social voltada para seus fãs e, em 1999, foi o primeiro a colocar à venda online um álbum inteiro, “Hours”, antes mesmo de lançá-lo em CD. O que Bowie estaria fazendo hoje? Nunca saberemos. Só temos a certeza de que seria algo que ninguém nunca havia pensado antes.
Juliana Colombo é jornalista especializada em economia e negócios. Já trabalhou nas principais redações do país, como Valor Econômico, Forbes, Folha de S. Paulo e Rede Globo.
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